Partidos conservadores lideram eleições para Parlamento Europeu

jean-claude_juncker_01Resultado esperado – O conservador Grupo do Partido Popular Europeu (PPE) firmou-se como a maior força das eleições europeias, apesar de ter sofrido perdas significativas. A vantagem em relação ao agrupamento partidário dos socialistas europeus diminuiu. Após anos de crise do euro, muitos usaram seus votos para enviar uma mensagem de protesto a Bruxelas, levando partidos populistas e eurocéticos a inéditos resultados. Na França, a vitória da extrema direita Frente Nacional (FN) provocou um “terremoto político”.

O bloco reunindo os partidos europeus de centro-direita conquistou 212 assentos no Parlamento Europeu, segundo projeções. O Partido Socialista Europeu (PSE) também apresentou perdas e ficou com segunda maior bancada, com 185 deputados. Em 2009, os dois grupos parlamentares obtiveram 274 e 196 deputados, respectivamente.

Em terceiro lugar estão os liberais, com 71 cadeiras, contra as 83 de antes. Os verdes permanecem a quarta maior bancada, com 58 assentos – quatro a mais do que na eleição anterior. A esquerda radical ficou com 45 lugares. Os eurocéticos conservadores caíram dos atuais 54 para 44 mandatos, enquanto os eurocéticos radicais, liderados pelo britânico Ukip, sobem de 31 para 36 representantes.

O bloco de deputados sem bancada, entre os quais estão também integrantes da ultradireita, como da Frente Nacional francesa, cresce para 38 deputados.

Com o resultado, o PPE reivindica o cargo de presidente da Comissão Europeia, ao qual apresentou como candidato o ex-premiê luxemburguês Jean-Claude Juncker. “O PPE vai sugerir seu candidato como nome para a presidência da Comissão Europeia”, afirmou o líder da bancada conservadora, Joseph Daul.

Partidários de Merkel ganham na Alemanha

Na Alemanha, os democrata-cristãos liderados pela chanceler federal alemã, Angela Merkel, alcançaram 35,3% dos votos, segundo resultados divulgados na madrugada desta segunda-feira (26/05) – seu pior resultado europeu desde 1979 e também significativamente mais fraco do que na eleição parlamentar de setembro (41,5%).

Os social-democratas do SPD aumentaram seu índice para 27,3%, após terem colhido o pior resultado numa eleição europeia em 2009, quando obtiveram apenas 20,8%. Um destaque no país foi a boa votação obtida pelos eurocéticos moderados da Alternativa para a Alemanha (AfD), fundada no ano passado, que chegou a 7%.

Na França, a Frente Nacional de Marine Le Pen superou pouco mais de 25% dos votos e se tornou a maior força francesa no Parlamento Europeu. O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, chamou o resultado de “um terremoto” para o seu país e para toda Europa. Os socialistas do presidente francês, François Hollande, conseguiram apenas 14,5%, ficando atrás dos conservadores da União para uma Maioria Popular (UMP), com 20%.

Vitória dos populistas na Dinamarca

Na Dinamarca, os populistas de direita do Partido do Povo Dinamarquês (DF) venceram as eleições com 26,7%, conquistando quatro dos 13 assentos dinamarqueses no Parlamento Europeu. Os social-democratas do primeiro-ministro Helle Thorning-Schmidt ficaram com o segundo lugar, com 19,1% (três deputados).

No Reino Unido, o UK Independence Party (Ukip), liderado pelo carismático Nigel Farage, que defende a saída de seu país da Europa e limitações para a entrada de imigrantes, apresenta o maior crescimento de votos da história da legenda, tirando vários assentos tanto do governo quanto da oposição britânica. Segundo projeções desta segunda-feira (26/05), o partido conseguiu 29% dos votos, à frente dos conservadores do premiê David Cameron (24%).

A agremiação de extrema direita Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), teria obtido 20,5% dos votos no país, 7,8 pontos percentuais a mais em relação a 2009. Isso significaria um terceiro lugar, atrás do conservador Partido Popular Austríaco (ÖVP) e dos social-democratas do SPÖ.

Em toda a União Eueropeia, a taxa de comparecimento às urnas, de 43,1%, foi levemente maior do que a registrada em 2009, interrompendo a tendência de queda de comparecimento às urnas. Aproximadamente 400 milhões de pessoas foram convocadas a votar desde a última quinta-feira (22) em toda a UE para eleger os 751 deputados do Parlamento Europeu. (Com agências internacionais)