Alça de mira – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) cobrou, durante sessão de instalação da CPI Mista da Petrobras, na tarde desta quarta-feira (28), atenção especial para os negócios de empreiteiras com o governo federal. Bueno chamou a atenção para o fato de que, durante a reunião, nenhum parlamentar havia se pronunciado sobre questão que é o ponto central da investigação.
“Não houve uma palavra sobre a relação promíscua entre as empreiteiras e o governo, e este é o centro da questão”, disse o parlamentar, que está propondo a criação de cinco sub-relatorias na CPMI, entre elas uma para apurar os contratos de construtoras e outras empresas com a Petrobras.
De acordo com o líder do PPS, somente em 2013 – quando não houve eleições –, as doações de empreiteiras para o PT, partido da presidente Dilma Rousseff, alcançaram quase R$ 80 milhões. Rubens Bueno defendeu que se investigue, no caso da Petrobras, os pontos em que se estabeleceu a relação da petroleira com essas empresas.
202 requerimentos
Rubens Bueno salientou que a origem das denúncias de escândalos na Petrobras está no trabalho de jornalismo investigativo de competentes profissionais da imprensa.
O parlamentar informou que o PPS já protocolou 202 requerimentos na CPI mista, fruto, segundo ele, do trabalho da assessoria da liderança do partido na Câmara. Entre os pedidos estão mais de 70 quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico de empresas e suspeitos de envolvimento com irregularidades.
Reunião
Bueno apelou ao relator da CPI mista, deputado Marco Maia (PT-RS), para que aprontasse o roteiro de trabalho da comissão para ser votado na próxima segunda-feira (02), quando haverá sessão deliberativa nas duas Casas do Congresso Nacional. O presidente Vital do Rego (PMDB-PB) acolheu a sugestão e marcou a reunião para as 17 horas.
Questionado pela imprensa sobre a viabilidade dos trabalhos da CPI durante o período da Copa, o líder do PPS argumentou que não há motivo para a paralisação dos trabalhos. “Os brasileiros não vão parar de trabalhar na Copa. Então, não há motivos para nós, congressistas, não estarmos aqui para investigar”, disse.