Seleção da Itália libera presença de mulheres e familiares na concentração durante a Copa

cesare_prandelli_01Dúvida cruel – Copa do Mundo normalmente é sinônimo de confinamento com regras rígidas para os jogadores. A comissão técnica tenta a todo custo blindar os atletas na concentração, forçando-os a se concentrarem na competição mais importante do ano. Em muitos casos as mulheres dos jogadores são consideradas distração e são proibidas de se hospedar no mesmo hotel que a delegação. Mas isso não vale para a seleção italiana.

O técnico Cesare Prandelli resolveu liberar e autorizou que familiares, incluindo as namoradas, hospedem-se no mesmo resort luxuoso em Mangaratiba, no Rio de Janeiro. A convivência, porém, terá regras. Os atletas terão de dormir em quartos individuais em uma ala separada, enquanto as famílias ficarão em outra. “Escapadinhas” noturnas serão evitadas com a presença de seguranças nos corredores do hotel.

A convivência entre jogadores e acompanhantes está liberada apenas nas áreas comuns nos períodos em que não houver treinamento. A Itália usará o campo do próprio hotel, que passa por reformas. Nas horas livres, os atletas poderão ir à praia particular, desfrutar do spa, curtir a piscina climatizada e conhecer os dromedários do safári exclusivo.

Quando o assunto é concentrações longas nas equipes de futebol, o principal tema em discussão é sexo. No período da Copa, por exemplo, o sexo está liberado para os italianos, mas sem exageros para não interferir no planejamento da comissão técnica. Prandelli quer evitar que o excesso ou problemas corriqueiros de casais atrapalhe o foco do grupo – a conquista do pentacampeonato mundial. As viagens para os jogos (Manaus, Recife e Natal) terão apenas os atletas.

A seleção italiana usou a mesma estratégia na Copa das Confederações, e funcionou. O grupo permaneceu concentrado na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, e, constantemente, os atletas foram à praia com os familiares. Mesmo com um time desfigurado, a Itália chegou à semifinal e só foi eliminada nos pênaltis pela Espanha.

Um dos motivos para que Cesare Prandelli tenha tomado essa decisão é o fato de que a família passou a ter significado diferente nos últimos anos. Em 2007, a esposa dele, Manuela Caffi, morreu vítima de câncer de mama, deixando dois filhos e mais de 30 anos de convivência com o treinador. Atualmente, Prandelli namora Novella Benini, com quem desfilou pelas praias cariocas durante a Copa das Confederações.

Felipão pede moderação; México radicaliza

O desfile de beldades na concentração italiana não se repetirá na Granja Comary. Caso cheguem à final, os jogadores ficarão reunidos por 49 dias em Teresópolis. Neste período, a comissão técnica planejou três dias integrais e duas manhãs livres para os atletas. O primeiro será logo após o amistoso contra a Sérvia, no dia 6 de junho, no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, na capital paulista.

Se, em 2002, Luiz Felipe Scolari era um crítico fervoroso e proibiu o sexo na concentração brasileira, ele amansou para o Mundial de 2014. “Se for sexo normal, sim. Se for normal é normal, não é lá em cima no telhado. Normalmente, o sexo normal é feito de forma equilibrada, mas tem algumas formas, alguns jeitos e outras pessoas que fazem malabarismos. Isso aí não pode”, disse Felipão um mês antes da convocação dos 23 jogadores.

Em contrapartida, o México, adversário do Brasil, radicalizou e proibiu sexo e álcool durante todo o Mundial. Isso se deve, provavelmente, ao fato de que atletas da seleção foram flagrados em uma casa de “striptease” durante a Copa das Confederações. Para o técnico Miguel Herrera, jogador não pode ser considerado um profissional se não conseguir suportar “20 e poucos dias” sem sexo. (Com informações da DW)