Ordem na casa – O governo da Argentina conseguiu, na madrugada desta quinta-feira (29), fechar um acordo com o Clube de Paris sobre o pagamento de suas dívidas em moratória. Com isso, o país sul-americano poderá finalmente reabrir a economia para financiamentos internacionais.
O acordo permitirá que a Argentina quite a dívida, que no fim de abril era de US$ 9,7 bilhões, ao longo de cinco anos. De acordo com comunicado conjunto emitido após o fim das negociações que avançaram pela madrugada, o pagamento será feito em várias parcelas.
O ministro argentino da Economia, Axel Kicillof, detalhou que o acordo consiste no pagamento de US$ 650 milhões em julho próximo e outros US$ 500 milhões em maio de 2015. Outra parcela deve ser paga em maio de 2016. “Os credores do Clube de Paris recebem com aprovação os avanços alcançados pela República da Argentina para normalizar as relações com os credores, a comunidade e as instituições financeiras internacionais”, afirmou o grupo por meio de nota.
A Alemanha é o maior credor da Argentina no Clube de Paris, com 30% da dívida, seguida do Japão, com 25%. Entre os credores menores estão Holanda, Espanha, Itália, Estados Unidos e Suíça.
Legado do default de 2001
“A realização de um pagamento inicial, segundo um compromisso formal da Argentina, de liquidar completamente suas dívidas atrasadas, é um passo necessário e importante para a normalização das relações financeiras entre os credores do Clube de Paris e a Argentina”, afirmou o grupo de países em nota. Eles ainda ressaltaram a utilização de um mecanismo “flexível” neste caso, para que os argentinos tenham meios de cumprir com seus compromissos.
A dívida é um legado do default da Argentina entre 2001 e 2002. Durante o encontro, a delegação argentina, encabeçada por Kicillof, fez uma exposição sobre a situação financeira do país. Os delegados também mostraram os avanços alcançados pelo governo da presidente Cristina Kirchner para “promover um crescimento inclusivo e reforçar a resistência a embates externos”.
Diante da diminuição das reservas de dólares (na terça-feira era de US$ 28,6 bilhões), Buenos Aires se empenhou em garantir um acordo que não pressione demais sua balança de pagamentos. (Com agências internacionais)