Metroviários de SP suspendem greve política, que pode ser retomada no dia da abertura da Copa

metrosp_08Pulso firme – O tucano Geraldo Alckmin estava devendo aos paulistas uma demonstração de autoridade. Ao deixar de lado o folclórico punho de renda que impera na emplumada cúpula do PSDB e enfrentar os metroviários grevistas, Alckmin deixou claro, mesmo que nas entrelinhas, que não será com jogo sujo e rasteiro que o PT um dia chegará ao comando do mais importante estado da federação, São Paulo.

Após nova reunião de conciliação com representantes do governo e do Metrô, nesta segunda-feira (9), terminar sem acordo, os metroviários decidiram, em assembleia, pela suspensão da greve até a próxima quarta-feira (11), véspera da abertura da Copa do Mundo, na Arena Corinthians, na Zona Leste da capital paulista.

Durante a assembleia, na sede do Sindicato dos Metroviários, três propostas foram apresentadas: a continuidade da greve, a suspensão do movimento até o dia 11 e o fim da paralisação. A manutenção da greve foi defendida pelo presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres, mas a reivindicação de reajuste salarial seria substituída pela readmissão de 42 funcionários grevistas demitidos. A proposta não teve maioria de votos, por isso foi descartada.

Mais cedo, o governador Geraldo Alckmin disse que não cederia às chantagens dos metroviários, uma vez que as demissões estão respaldadas por decisão da Justiça do Trabalho, que considerou a greve abusiva e ilegal.

A assembleia dos metroviários para decidir sobre a greve foi mais uma armação, pois ao logo desta segunda-feira, quinto dia de paralisação, o movimento passou a perder força de forma rápida. Isso porque a maioria das estações das cinco linhas do Metrô voltou a funcionar normalmente. Reflexo da possibilidade de mais demissões por justa causa, o que impede aos demitidos receber benefícios previstos em lei em caso de dispensa do trabalho.

Por decisão do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP), o reajuste salarial dos metroviários ficou em 8,7%, contraproposta oferecida pelo Metrô, acima da inflação de 5,81%. Na outra ponta, os grevistas insistiam em aumento de 12,2%, depois de iniciarem as negociações com pedido de pouco mais de 35%. O TRT fixou também multa no valor de R$ 500 mil para cada novo dia parado, além da penalidade de R$ 100 mil para cada um dos quatro dias de paralisação anteriores ao julgamento.

Uma eventual retomada da greve na próxima quinta-feira (12), dia da abertura da Copa do Mundo, será um duro golpe contra o desgoverno do PT, que tem recorrido a todas as estratégias para tentar impulsionar a candidatura do “companheiro” Alexandre Padilha e tomar de assalto o Palácio dos Bandeirantes.

Greve política

Como sabem os leitores e a extensa maioria da população de São Paulo, a greve dos metroviários em muitos momentos exibiu seu escandaloso viés político. Ligado ao ultrarradical PSTU, Altino Prazeres emprestou o ortodoxismo ideológico da legenda para que a esquerda verde-loura instalasse o caos na maior cidade brasileira, plano que tinha como objetivo desestabilizar o PSDB e a candidatura de Geraldo Alckmin à reeleição.

Considerando que o PSTU é um dos satélites políticos que rondam a órbita do projeto totalitarista de poder encabeçado pela cúpula petista, o movimento dos metroviários foi um tiro que sai pela culatra. Nesse cabo de guerra que se formou entre o sindicato da categoria e o governo de São Paulo, que mais perdeu, depois da população, foi Altino Prazeres.

Os salários dos metroviários, que até então não eram de conhecimento público, serviram para revoltar ainda mais uma população que pagou caro pela paralisação irresponsável do principal sistema de transporte da cidade. O último reajuste da categoria foi de 8%, em 2013, enquanto o INPC ficou em 7,2%. O piso atual dos metroviários é de R$ 1.323,55. Durante as negociações, os metroviários foram informados pela empresa da majoração dos valores dos vales refeição e alimentação, além da ampliação de outros benefícios.

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