Pano quente – Nesta sexta-feira (13), um dia após ser vaiada e hostilizada na cerimônia de abertura da desnecessária Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff disse que não se deixará levar por ofensas verbais. A grande questão é que a presidente abusou da dramatização durante inauguração em Brasília e afirmou que ao longo da vida passou por situações piores (tortura durante o regime militar).
“Não vou deixar me perturbar por agressões verbais. Não vou me deixar perturbar. Eu não vou me deixar atemorizar por xingamentos que não podem ser sequer escutados pelas crianças e pelas famílias. Aliás, na minha vida pessoal enfrentei situações do mais alto grau de dificuldade. Situações que chegaram ao limite físico. Eu suportei não foram agressões verbais, mas agressões físicas”, disse Dilma.
O discurso rocambolesco de Dilma, balbuciado para minimizar o efeito viral que as vaias e xingamentos alcançaram a partir da Arena Corinthians, aconteceu à gritaria encomendada de uma plateia de aluguel formada por operários e servidores do sistema de trânsito do Distrito Federal, que é governado pelo “companheiro” Agnelo Queiroz. “A taça do mundo é nossa, com a Dilma não há quem possa” e “1,2,3 é Dilma outra vez” gritava a claque presente ao evento.
“O povo brasileiro não age assim. O povo brasileiro não pensa assim e, sobretudo, o povo brasileiro não sente da forma como esses xingamentos expressam. O povo brasileiro é um povo civilizado e extremamente generoso e educado. Podem contar que isso não me enfraquece”, diz Dilma.
Diferenças políticas e ideológicas são sadias para a manutenção e o equilíbrio da democracia, mas ofensas fazem com que os discordantes percam a razão. Contudo, Dilma precisa compreender que a massa pensante da população brasileira não tropeça nas esparrelas palacianas e por isso decidiu se manifestar contra a grave situação em que se encontra o País.
Se na opinião da presidente o povo brasileiro não age assim, para a população os governantes não deveriam agir como agem os bandoleiros petistas que se instalaram no poder. Ademais, o governo de Dilma Rousseff é uma contínua e persistente homenagem à incompetência, algo que diariamente se materializa na crise econômica que avança sobre o bolso do cidadão.
Embalada pelo falso messianismo do lobista Lula, Dilma acreditou que o consumismo e o crédito fácil seriam capazes manter sob controle a opinião pública, como reses na fila do abate. Acontece que, ao contrário da mídia amestrada e chapa banca, há ainda na imprensa quem ousa mostra a verdade dos fatos aos brasileiros de bem. Esse trabalho é árduo e desgastante, mas tem surtido resultado. Tanto é assim, que a tropa de terroristas cibernéticos mantida pelo PT tem encontrado dificuldades para conter a disseminação da verdade.
Traduzindo para o bom e velho idioma dessa destrambelhada terra de Macunaíma, Dilma enfrenta uma grave crise política, que contamina seu projeto de reeleição, fruto de quase quatro anos de desmandos, escândalos, desacertos e ufanismo. Mesmo assim, a elegância não pode ser abandonada em nome de uma reação. Reajamos, sim, mas sem perder a razão.