PF identifica depósitos feitos por fornecedores da Petrobras em conta de laranja do doleiro Youssef

dolar_32Boca na botija – Engana-se quem pensa que chegaram ao fim as prisões decorrentes da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. De acordo com as investigações policiais, empresas que têm contratos com a Petrobras fizeram depósitos em contas bancárias abertas na Suíça em nome de um cítrico preposto do doleiro Alberto Youssef, que encontra-se preso em Curitiba. Entre as empresas que fizeram os tais depósitos estão a Sanko Sider e a empreiteira OAS, como provam documentos apreendidos pela PF.

Autoridades suíças bloquearam uma conta com saldo de US$ 5 milhões e que suspeita-se que tenha sido abastecida com dinheiro desviado da petroleira verde-loura. A criminosa lavanderia financeira comandada por Youssef teria movimentado aproximadamente R$ 10 bilhões.

A Sanko Sider é a maior fornecedora de tubos da Petrobras, enquanto a OAS mantém vários contratos com a estatal. Os depósitos foram feitos em contas de empresas sem qualquer tipo de operação e que integram o esquema de Alberto Youssef.

Vale lembrar que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, também preso em Curitiba, passou a prestar consultoria aos fornecedores da petroleira após deixar a empresa. Ele voltou a ser preso, por determinação do juiz federal Sérgio Moro, por causa da possibilidade iminente de fuga e por manter na Suíça uma dúzia de contas bancárias com saldo total de US$ 23 milhões, montante devidamente bloqueado.

Em depoimento à CPMI da Petrobras, Costa negou que a empresa seja um balcão de negócios ou uma organização criminosa. De igual modo, o ex-dirigente afirmou que na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, não houve superfaturamento. Acontece que o custo inicial da refinaria pernambucana foi estimado em R$ 6 bilhões, mas já consumiu muito mais e a conta final deve chegar a R$ 42 bilhões.

Uma força-tarefa montada integrada pela Polícia Federal, Justiça Federal e Ministério Público, com servidores altamente capacitados e experientes em crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, está debruçada sobre o escândalo que vem tirando o sono de muitos dos frequentadores da Praça dos Três Poderes, em Brasília. Isso porque Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa são verdadeiros arquivos vivos, assim como também deixaram rastros de suas lambanças.

O ucho.info vem acompanhando os desdobramentos da Operação Lava-Jato e já identificou que novas prisões podem acontecer em breve. Pessoas ligadas a Youssef que ainda não foram incomodadas pela PF estão acuadas e podem soltar o verbo a qualquer momento. A Polícia Federal vem monitorando diuturnamente o segundo escalão do esquema criminoso operado pelo doleiro. Fora isso, o site teve a cesso a informações bombásticas que ainda não foram repassadas às autoridades que investigam o caso. (Matéria ampliada às 19h01)

Confira abaixo nota de esclarecimento enviada pela assessoria de imprensa do grupo Sanko-Sider

“Está ocorrendo, mais uma vez, um grave erro de interpretação dos documentos sistemática e ilegalmente vazados à imprensa. Antes que novamente tenhamos o nome de nossa empresa difamado, esclarecemos que:

– Nenhuma empresa do Grupo Sanko-Sider tem ou teve, em qualquer época, conta no Exterior. Somos uma empresa importadora, que paga aos seus fornecedores nos bancos por eles indicados, das mais variadas bandeiras, em todo o mundo; todos esses pagamentos são corretos, tributados, registrados, acompanhados, autorizados e aprovados pelas autoridades e instituições competentes, após completa análise. Não há nenhum centavo dessas remessas que não esteja totalmente documentado.

– Todas as remessas feitas pelo Grupo Sanko-Sider ao Exterior são única e exclusivamente destinadas ao pagamento de fornecedores. Não há nenhum pagamento em aberto. Todos os pagamentos geraram a entrada dos produtos pagos no país. O câmbio é sempre fechado via Banco Central do Brasil. Todas as operações são realizadas por intermédio de bancos comerciais brasileiros, após a devida anuência, liberação e homologação do Banco Central, com conhecimento da Receita Federal. Compramos os tubos, flanges e conexões, fazemos os pagamentos, recebemos os tubos, flanges e conexões. Todas as remessas que fazemos ao Exterior são comerciais, para este fim. As remessas ocorrem da seguinte forma:

1 – Todas as operações com Swift bancário (especificando o destinatário);

2 – Todas as operações com contrato de câmbio (que comprova a origem lícita dos valores);

3 – Todas as operações possuem suas respectivas Comercial Invoice, Proforma Invoice, BLs Bill of Lading;

4 – Todos esses documentos são rechecados na Receita Federal do Brasil, tanto no registro da DI no Siscomex, e Emissão da CI na Alfândega.

Não há nenhum centavo dessas remessas que não esteja totalmente documentado.

– Todos os papéis, pagamentos, saídas de dinheiro autorizadas, recebimento dos materiais importados, com pagamento de todas as taxas e impostos, estão em documentos que desfarão qualquer ilação criminosa como essas de que temos sido vítimas, e que prontamente esclareceremos às autoridades, caso formos notificados ou chamados. No entanto, pediríamos à imprensa, antes de precipitar-se em publicar acusações equivocadas, que verifiquem nossas informações junto ao Banco Central e a Receita Federal, que poderão comprová-las. Não há, repetimos e insistimos, e o comprovaremos no foro adequado, a Justiça, nenhum centavo dessas remessas que não esteja totalmente documentado.

Somos uma empresa com 18 anos de mercado, um nome e uma marca a zelar. Confiamos na Justiça e nas investigações que comprovarão nossa lisura.

GRUPO SANKO-SIDER

13 de junho de 2014”

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