É bom esclarecer – Não precisou muito tempo para que algum integrante do desgoverno petista se manifestasse contra os policiais que aturam para conter manifestantes que estavam dispostos a tumultuar a abertura da Copa do Mundo, em São Paulo.
Ministra da Secretaria de Direitos Humanos – ainda devendo explicações sobre as lanchas superfaturadas do Ministério da Pesca e o uso indevido de helicóptero da Polícia Federal, em Santa Catarina –, a petista Ideli Salvatti classificou como “desnecessária” e “inadequada” a ação dos policiais militares paulistas, na quinta-feira (12), que não deram espaço para que os manifestantes iniciassem um quebra-quebra e atropelassem o direito constitucional de ir e vir dos cidadãos.
Ideli deveria ter se informado acerca do entrevero antes de discursar de forma inadequada e sem qualquer base, pois os manifestantes estavam armados e com pedras e pedaços de pau, usados para atacar os policiais. Fora isso, muitos dos que participaram dos protestos arrancaram postes de ferro utilizados na sinalização viária e que foram transformados em lanças para atacar a PM paulista.
A Constituição Federal garante o direito à manifestação, mas em nenhum trecho faz defesa da depredação do patrimônio público ou do atentado contra a vida. Quem participa de atos de vandalismo não deve ser tratado com delicadeza, mas, sim, com a mesma dureza que empreende nos atos de sua turba. Ademais, manifestação promovida por pessoas que usam máscaras e carregam em suas mochilas armas brancas, pedras e outros apetrechos não tem objetivo pacífico. Assim como ordeiro não é o manifestante que invade um posto de combustíveis e tenta subtrair gasolina dos tanques do estabelecimento para incendiar o que encontrar pela frente.
Na manhã desta sexta-feira (13), durante apresentação das ações do governo de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes na Copa do Mundo, Ideli Salvatti fez questão de citar o caso ocorrido durante protesto em São Paulo, no qual um manifestante imobilizado pelos policiais recebeu spray de pimenta nos olhos.
De acordo com a ministra, existe um protocolo de atuação em manifestações que deve ser seguido pelas forças policiais e de repressão do Estado como um todo (União, estados e municípios), assim como os governos estão preparados para acompanhar “excessos que aconteçam de ambos os lados”. “Vamos (a SDH) adotar os procedimentos necessários para que esse tipo de evento não se reproduza”, disse Ideli.
Que nas manifestações os excessos são cometidos de parte a parte todos sabem, mas é preciso lembrar que esse tipo de evento não é um encontro de bem-aventurados em monastério tibetano. A legislação brasileira é clara ao garantir a manutenção da ordem, o que deve ser garantido pelos agentes do Estado. Se excessos existiram, que os responsáveis sejam punidos de acordo com a lei, sem privilégio a quem quer que seja.
Ideli Salvatti, que se preocupa com a violência contra crianças e adolescentes durante a Copa, deveria aproveitar seu momento samaritano e cobrar da companheira Gleisi Hoffmann explicações sobre a decisão de levar um pedófilo para a Casa Civil, onde o delinquente sexual cuidou das políticas do governo federal dedicadas a menores. Ideli não pode alegar que desconhece o escândalo ancorado pela agora senadora Gleisi, porque ambas conviveram no Palácio do Planalto, cada qual tentando cumprir suas tarefas.
Fato é que Ideli foi escalada pelos palacianos e também pela cúpula do PT para estocar o governo do tucano Geraldo Alckmin, porque é preciso fazer algo com celeridade para que a campanha do ex-ministro Alexandre Padilha saia do atoleiro. Padilha é o candidato imposto por Lula para tentar tomar de assalto o Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista.
Não obstante, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos adotou esse discurso barato e visguento apenas porque a presidente Dilma Rousseff tenta se reaproximar dos chamados movimentos sociais. Como se baderneiros e vândalos de aluguel merecem tal classificação.
