Governo russo exige pagamento antecipado para fornecer gás à Ucrânia

ucrania_27Pé de cabra – A exportadora russa de gás natural Gazprom informou, nesta segunda-feira (16), que cortará o fornecimento de gás para a Ucrânia e estabeleceu um regime de pagamento antecipado. A decisão foi anunciada após o vencimento do prazo que a Rússia dera à Kiev para o pagamento de pelo menos US$ 1,95 bilhão, referentes a dívidas anteriores de abastecimento.

De acordo com o porta-voz da Gazprom, Sergei Kupriyanov, a partir das 10h desta segunda-feira (horário local), a empresa ucraniana Naftogaz receberá o gás russo somente depois de pagar o valor correspondente. “A Gazprom fornecerá à Ucrânia somente o gás que for pago previamente. E o valor pago até agora é zero”, disse. Metade do gás consumido na Ucrânia vem da Rússia.

Kupriyanov garantiu que o fornecimento de gás para a Europa não será afetado pela medida imposta à Kiev, ainda que cerca de metade do gás exportado da Rússia para países europeus passem pelos gasodutos instalados na Ucrânia. Segundo o representante da Gazprom, a Ucrânia tem a obrigação de garantir que o gás chegue aos clientes.

Ao mesmo tempo, a companhia russa informou que a Comissão Europeia já foi notificada sobre “possíveis problemas” no transporte do gás, caso a Ucrânia comece a desviar o combustível destinado aos consumidores europeus.

Sem obter um acordo com a Rússia em relação ao preço das próximas entregas de gás, a Naftogaz anunciou nesta segunda-feira que entrou com uma ação no Tribunal de Arbitragem de Estocolmo. Enquanto a Ucrânia insiste no preço antes oferecido, de US$ 268,50 por mil metros cúbicos de gás, a Rússia pretende cobrar, conforme sua última proposta, US$ 385.

De acordo com a estatal ucraniana, o objetivo da ação é reaver US$ 6 bilhões referentes a pagamentos excessivos à empresa russa. A Naftogaz acrescentou que também irá pedir ao tribunal para estabelecer “um preço justo” para as futuras entregas.

Ao mesmo tempo, a Gazprom disse ter apresentado um requerimento judicial ao Tribunal de Arbitragem de Estocolmo contra a Naftogaz, exigindo a amortização da dívida no valor total de US$ 4,5 bilhões. (Com agências internacionais)

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