Fim do estímulo à economia dos EUA deve provocar estragos no Brasil, começando pela alta da inflação

dolar_25Efeito colateral – Sob o manto da irresponsabilidade petista, a economia brasileira transformou-se em um barril cheio de pólvora até a tampa e que exige dos palacianos a manutenção de área constantemente úmida ao redor para evitar que o fogo da crise se aproxime e mande tudo pelos ares. O grande temor está na possibilidade de acabar a água que umedece o entorno do barril. Para muitos pode parecer uma utopia essa comparação, mas é nesse estado que se encontra a economia nacional.

Com um pequeno recuo nos índices oficiais de inflação, os atuais inquilinos do Palácio do Planalto estão a comemorar sem qualquer motivo duradouro. Isso porque o arrefecimento pontual da inflação se deve a dois fatores básicos, pelo menos: retração por parte dos consumidores, que temem as incertezas do futuro, e uma pequena queda nos preços dos alimentos, provocada por alguns itens que estão na safra.

O problema maior está na insistência do desgoverno da petista Dilma Vana Rousseff em apostar as fichas no consumo interno como forma de reverter a crise. Se o consumidor está arredio e o dinheiro cada vez mais difícil e caro, o mínimo que se pode dizer da estratégia do governo é que se trata de uma loucura oficial. Apesar de tudo, a inflação deve manter-se estável até o final de julho, retomando forças em meados de agosto.

A situação deve piorar sobremaneira a partir de outubro, quando o governo dos Estados Unidos suspenderá de uma vez por todas o incentivo à economia local por meio de injeção de recursos no mercado. O anúncio foi feito na quarta-feira (9) em ata do Federal Reserve (FED), o banco central norte-americano. Quando isso acontecer, os investidores levarão suas suadas economias para a terra do Tio Sam, onde os títulos do Tesouro ianque, os Tresury Bonds (T-Bonds), são mais seguros e confiáveis. Com isso, a moeda norte-americana tende a valorizar no Brasil, dificultando ainda mais o combate à inflação.

Há na crise econômica brasileira um detalhe perigoso: o consumo está diminuindo e a inflação continua alta, apesar das dificuldades que começam a retornar à seara da concessão de crédito. Sem contar o alto grau de endividamento das famílias e os elevados índices de inadimplência.

Por certo surgirá algum oportunista no governo para dizer que a alta do dólar ajudará as exportações, mas os problemas que atravancam o País também impedem que as indústrias produzam com condições mínimas de competitividade. Ou seja, de nada adianta ter a cotação do dólar mais elevada se o governo insiste em não investir em infraestrutura, por exemplo. E nessa receita macabra não se pode deixar de lado a criminosa carga tributária verde-loura.

Para piorar o que já é ruim, a retomada do fôlego da economia dos Estados Unidos fará não apenas na fuga de dólares, mas encarecerá a importação de produtos para atender o mercado interno. Isso significa uma injeção de ânimo na inflação. O cenário tende a piorar porque a importação de matérias primas para a produção interna também sofrerá aumentos por conta da elevação do dólar.

O balanço final dessa tragédia exaustivamente anunciada pelo ucho.info é único e pouco animador. O próximo presidente da República, não importa quem seja, terá de adotar medidas impopulares caso queira começar a debelar a crise que vem devastando o País.

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