Acusado de liderar quadrilha de cambistas se entrega à Justiça, mas não irá sozinho para a degola

raymond_whelan_01Sol quadrado – Principal executivo da Match Services, única empresa autorizada a vender os ingressos da Copa do Mundo, o inglês Raymond Whelan entregou-se à Justiça do Rio de Janeiro. De acordo com seu advogado, Fernando Fernandes, ele se entregou à desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto, da 6ª Câmara Criminal, relatora do processo.

Whelan foi considerado foragido, apenas porque deixou o hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, horas antes de a Justiça decretar novamente a sua prisão. Ele é acusado de liderar uma quadrilha internacional de cambistas que pretendia faturar perto de R$ 200 milhões com a venda ilegal de ingressos, muitos deles destinados a autoridades, integrantes da FIFA e CBF.

Raymond Whelan fora preso anteriormente, mas horas depois de sua prisão um habeas corpus colocou-o em liberdade. A afirmação de que Whelan contou com a ajuda do advogado para fugir foi um excesso por parte da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que no caso agiu com precipitação.

Ao se entregar à Justiça do Rio, nesta segunda-feira (14), Whelan afirmou que finalmente poderá fazer sua defesa criminal, de acordo relato do seu advogado. A demora em se entregar pode ter várias explicações, começando por uma possível negociação com os envolvidos no esquema criminoso de venda de ingressos, alguns dos quais integrantes da cúpula da FIFA. Um dos onze presos pela polícia é o franco-argelino Mohamed Lamine Fofana, conhecido por atuar com venda de ingressos.

Imaginar que Raymond Whelan fugiria do Brasil seria um devaneio, pois em questão de horas estaria na lista de procurados internacionais, inclusive com dificuldades para desembarcar nos principais aeroportos da Europa. Ademais, Whelan já havia entregado o passaporte e seu nome constava na lista da Polícia Federal em todos os pontos de imigração do Brasil.

Como mencionado acima, o tempo entre a decretação da prisão e a apresentação à desembargadora serviu para acertar quem da FIFA irá junto com Whelan para a guilhotina, até porque o CEO da Match dificilmente assumirá a responsabilidade sozinho. Com o fim da Copa do Mundo, o assunto tende a cair na vala do esquecimento popular.

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