Horas depois do encerramento da Copa, Dilma voltou a se agarrar ao estoque de mentiras palacianas

dilma_rousseff_448Óleo de peroba – Para Dilma Rousseff não bastou a enxurrada de sandices despejada sobre a opinião pública ao longo dos últimos três anos e meio. A presidente, em entrevista à rede de televisão Al Jazeera, disse que o povo brasileiro deveria lhe dar um novo mandato, apenas porque promoveu uma revolução social no País, sempre respeitando a democracia. A estratégia palaciana de enxertar Dilma na imprensa internacional serve para evitar que veículos de comunicação nacionais coloquem a petista em saia justa por conta da crise que se alastra em todos os quadrantes do território brasileiro.

“Eu acredito que o povo brasileiro deve me dar oportunidade de um novo período de governo pelo fato de que nós fazemos parte de um projeto que transformou o Brasil”, disse a presidente. “O Brasil tinha 54% de sua população entre pobres e miseráveis em 2002. Hoje, todos aqueles que vivem na classe C para cima representam 75%, três em cada quatro brasileiros. Nós transformamos a vida dessas pessoas. O Brasil mudou de perfil e foi feito isso com a democracia vigente”, completou.

Dilma pode dizer o que bem entender, pois o Brasil ainda é uma democracia, mesmo que teórica. E como tal garante o direito à livre manifestação do pensamento. Contundo, entre o que a presidente afirma a jornalistas estrangeiros e a dura realidade do cotidiano há uma abissal distância. O que Dilma e os petistas chamam de classe C são as pessoas que recebem menos de dois salários mínimos por mês e morram em favelas.

Essa suposta revolução, que só aconteceu no papel, foi necessária para evitar uma convulsão social, pois boa parte da população brasileira acreditou nas falácias do então presidente Luiz Inácio da Silva, o lobista, que arremessou os cidadãos na vala do consumismo para minimizar os efeitos da crise internacional iniciada em 2008. Endividados em níveis preocupantes e assíduos frequentadores da seara da inadimplência, esses incautos brasileiros precisaram ser contidos de alguma forma, antes que Lula caísse no descrédito. Foi então que os palacianos revisaram os conceitos da classe média, como se isso fosse possível.

Vivendo as utopias dos palácios, Dilma não desiste de esconder a realidade a qualquer custo. O Brasil vive uma crise perigosa, que em breve será sem precedentes por causa da forma como o desgoverno petista conduz a economia. Desde que chegou ao principal gabinete do Palácio do Planalto, em janeiro de 2011, Dilma adotou mais de duas dúzias de medidas de estímulo à economia, sem que ao menos uma tivesse dado certo. Sem saber o que fazer, o governo não desiste de usar o consumo interno como antídoto.

Para enganar os jornalistas da Al-Jazeera, Dilma disse que a melhor prova dessa revolução social foi a realização da Copa do Mundo no Brasil. A presidente citou de forma inominada o ex-jogador Ronaldo Nazário, que integrou o Comitê Organizador Local e disse sentir-se “envergonhado” diante do atraso no cronograma das obras destinadas ao mundial. Ao todo o governo federal desembolsou R$ 35 bilhões para realizar a Copa, sem que a população tivesse se beneficiado com essa gastança.

“Tanto é assim que, como você explica, o sucesso da Copa do Mundo? Antes de uma semana, você lê jornal, você sabe o que se dizia a respeito da infraestrutura da Copa. Você sabe que tinha gente que dizia que estava envergonhado do país porque não teria condição de receber [o evento]’, disse.

Dilma adotou o discurso de que essa foi a Copa das Copas, mas isso só foi possível na esteira dos bons espetáculos futebolísticos, não por causa atuação do governo, que foi conivente com o superfaturamento criminoso dos estádios. Torra-se verdadeira fortuna em obras para a Copa, sendo que algumas ainda não saíram do papel, mas nas arenas do mundial não havia uma massa de representantes da nova classe média inventada às pressas pelo PT.

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