Óleo de peroba – Preocupado com a possibilidade cada vez maior de o PT ser derrotado na eleição presidencial que se avizinha e ter seus escândalos dissecados por um adversário político, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva volta a colocar as mangas de fora depois de um período de recolhimento estratégico. As pesquisas eleitorais mostram que as chances de Dilma ser reeleita diminuem a cada dia, não apenas por causa do seu fraco desempenho como governante, mas principalmente pelo agravamento da crise econômica que começa a soar no bolso da população.
Sem saber com o reverter esse quadro, Lula, o lobista malandro, voltou a apelar para o “non sense” em suas incursões nas campanhas de alguns companheiros de legenda, começando pela de Alexandre Padilha, que continua empacado em 4% de intenções de voto na corrida ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista e sonho longevo da “companheirada”.
Acostumado a se agarrar ao besteirol, Lula disse recentemente que o “ódio das elites” à presidente Dilma, principalmente no estado de São Paulo, é uma forma de preconceito em relação às mulheres. “Não imaginava que o preconceito contra a mulher era tão forte”, disse Lula ao lado de Padilha e do presidente nacional do partido, Rui Falcão.
Lula é tão abusado, que não sem preocupa em balbuciar sandices. Para mostrar à obtusa plateia, na última sexta-feira (18), que não tem limites quando o assunto é mesclar mentira com invencionice, Lula disparou: “Eles não gostam de nós porque aprendemos a andar de cabeça erguida e não vamos abaixar mais”.
O ex-presidente tem o direito constitucional de externar seu pensamento, mesmo que embalado pela mitomania, mas não é possível que Lula creia que os petistas têm motivos para andar de cabeça erguida depois de tantos escândalos de corrupção, muitos dos quais ainda submersos. A crescente rejeição ao PT se deve aos escândalos e à incompetência dos ocupantes do Palácio do Planalto, que em pouco mais de dez anos conseguiram a proeza de arruinar a economia nacional, sem qualquer perspectiva de melhora no curto prazo.
Como seu conhecido besteirol não tem limite, Lula, na tentativa de incensar mais um dos seus postes políticos, Alexandre Padilha, atacou o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, por conta da crise no abastecimento de água na capital paulista. “Não sei quantos banhos por dia toma o governador, mas na periferia o povo não tem água para beber, nem para lavar louça”, disse o petista, ciente de que se trata de mais um desvario discursivo que regurgita sobre a parcela desavisada da população.
Que Lula é um delinquente político todos sabem, mas causa estranheza a pasmaceira que toma conta da campanha de Geraldo Alckmin, candidato à reeleição. Os “alckmistas” assistem silenciosamente a esse espetáculo pífio e degradante, como se o palavrório de Lula fosse verdadeiro e consistente. O problema que se abate sobre o sistema Cantareira, responsável pelo fornecimento de água para aproximadamente 6 milhões de moradores da cidade de São Paulo, é decorrente não apenas da falta de chuva, mas de mudanças climáticas sérias e que não serão solucionadas tão cedo.
A situação é tão grave, que até mesmo a geração de energia elétrica está sobre o fio da navalha por causa da estiagem que afeta algumas usinas hidrelétricas. Tanto é assim, que a presidente Dilma Rousseff, que também busca a reeleição, deixou de usar o tema para estocar seus adversários na corrida presidencial.
Se o objetivo de Lula é provocar polêmica, não custa lembrar que o ex-presidente inaugurou, com pompa e circunstância, a inacabada transposição do Rio São Francisco, obra que em alguns trechos serve como pasto para cabras e bodes. Enquanto Lula incluiu essa inauguração em seu vergonhoso currículo, que mais parece folha corrida, muitos nordestinos continuam morrendo de sede.
Resta saber se os tucanos continuarão aceitando as mentiras de Lula ou colocarão esse bandoleiro da política nacional em seu devido lugar, até porque o brasileiro não mais suporta tantos absurdos.