Superávit aquém do esperado nas contas federais escancara a incompetência crônica do governo

dinheiro_86Calculadora na mão – Autoridades do primeiro escalão do governo federal não se cansam de dourar a grave situação do País, mas os números oficiais não deixam a mentira prevalecer por muito tempo. Na contramão dos discursos embusteiros que diariamente descem a rampa do Palácio do Planalto para ganhar o território nacional, as contas do governo central encerraram o primeiro semestre de 2014 com superávit de R$ 17,2 bilhões, valor que corresponde a 0,69% do Produto Interno Bruto (PIB), informou nesta quarta-feira (30) o Tesouro Nacional

Mesmo que positivo, o resultado é 50,1% menor do que o registrado no mesmo período de 2013, quando o superávit foi de R$ 34,5 bilhões. Como se não bastasse, esse é o menor superávit para primeiro semestre desde o ano 2000, quando foi registrado saldo positivo de R$ 15,4 bilhões nas contas do governo.

Em junho, o resultado das contas do governo foi o pior da história para o mês, uma vez que as despesas foram maiores que as receitas, com déficit de R$ 1,9 bilhão. A série histórica do governo começa em 1997. Em meses de junho, apenas em 2009 e 1998 o governo central havia registrado saldos negativos. O pior resultado, até agora, havia sido em 1998, com um déficit de R$ 1,8 bilhão.

Para cumprir a meta estabelecida, o governo terá de fazer um enorme esforço, quiçá mágica, para alcançar um superávit de R$ 21,7 bilhões nos meses de julho e agosto, o que permitiria atingir a meta do segundo quadrimestre, que é de saldo positivo de R$ 39 bilhões. Entre o discurso e a realidade há uma distância abissal, por isso os analistas financeiros creem ser impossível, pois nesses dois meses o esforço por parte do governo terá de ser maior do que o que garantiu o superávit do primeiro semestre.

A meta do governo federal para o corrente ano é de saldo positivo de R$ 80,7 bilhões, mas é preciso considerar que a arrecadação de tributos tem avançado menos do que as apostas palacianas. De tal modo, caberá ao governo contar com as chamadas receitas extraordinárias do Refis para que seja alcançada a meta do segundo quadrimestre.

O grande dilema que surge no vácuo das contas federais é que apesar da pouca economia do governo, os investimentos em infraestrutura continuam muito aquém do necessário. Razão pela qual a economia não deslancha e o PIB permanece na galáxia da anorexia.

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