Cidade do interior paranaense faz “greve” em protesto contra invasão de terras incentivada por Requião

roberto_requiao_30Pavio aceso – Na quinta-feira (31), 3 mil moradores do pequeno município de Quedas do Iguaçu, no Sudoeste do Paraná, fecharam as portas do comércio local e foram à rodovia BR-277 para protestar contra a invasão, pelo MST, de área da Araupel, empresa de reflorestamento que dá 1.050 empregos diretos e garante o sustento de 10 mil pessoas, um terço da população da cidade.

A senha para a invasão da Araupel, no dia 17 de julho, foi dada pelo senador Roberto Requião, candidato do PMDB ao governo do Paraná e notório aliado dos sem-terra. Requião deu uma entrevista incendiária estimulando a invasão para a Rádio Municipal FM 92.5 de Quedas do Iguaçu, logo pela manhã, e à noite 2 mil militantes do MST invadiram as terras da empresa.

Trata-se da quarta invasão de terras da Araupel ao longo de vinte anos. Em 2003, quando Roberto Requião governava o Paraná, a empresa teve 25 mil hectares desapropriados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o aparelhado Incra. O argumento de Requião, e também do MST, para justificar as invasões é de que existiriam dúvidas sobre a posse legal da terra pela Araupel. A empresa garante ter documentos que comprovam a legalidade da posse.

Além de colocar na seara da dúvida a legalidade da posse, sem apresentar qualquer fato concreto, Requião contesta o argumento que a empresa deve ser mantida porque é a principal geradora de empregos da cidade. “As pessoas não podem vir com está conversa que geram empregos, se fosse assim o trafico de drogas teria que ser legal, pois gera mais de 100 mil empregos neste país”.

Requião é conhecido pelo apoio fanático e pelas asneiras que diz sobre o MST, um movimento regressivo, economicamente inviável e conhecido pela violência e pelo vandalismo. O senador já afirmou que o MST representa “o resgate da esperança, da paz e da tranquilidade. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra é uma benção de Deus“, garantiu em um discurso famoso pelo “non sense”.

A volúpia com que o senador peemedebista estimula a invasão de propriedades alheias, rurais e urbanas, contrasta vivamente com a postura que o senador adota em relação às propriedades da família. A família Requião é grande proprietária de imóveis urbanos em Curitiba. Em especial na Rua Vicente Machado, uma das mais importantes do centro da capital paranaense. O senador não apenas não se indigna com os “latifúndios” urbanos da família como tenta ampliá-los.

A família tenta reverter uma doação feita ao município de Curitiba pelo pai de Requião em 1949, para construir um prolongamento da Rua Prudente de Morais, entre as ruas Vicente Machado e Carlos de Carvalho. Um projeto, que tramita na Câmara por iniciativa de um aliado de Requião, pode resultar em uma indenização de milhões de reais ou a devolução da área para a família.

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