Permanência de Maria das Graças Foster no comando da Petrobras é inviável, alegam tucanos

graca_foster_06Olho do furacão – Deputado federal pelo PSDB de São Paulo, Vanderlei Macris considera inviável a permanência de Maria das Graças Foster na presidência da Petrobras, caso ela seja incluída pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no rol de responsáveis pela aquisição da obsoleta e cara refinaria de Pasadena (EUA).

“Tenho impressão de que, no momento em que o TCU responsabilizá-la, Foster fica suspeita para conduzir uma empresa do porte da Petrobras. É um patrimônio do país gerenciado por uma pessoa que, do ponto de vista jurídico, deve responder por um mau negócio realizado pela companhia”, disse o parlamentar. “Portanto, ela não pode continuar sendo presidente dessa forma, até que as coisas sejam devidamente esclarecidas”, completou.

Na última quarta-feira (30), o ministro José Jorge, do TCU, admitiu a possibilidade de rever o acórdão que responsabilizou a antiga diretoria da Petrobras por prejuízos na compra da refinaria texana. O tribunal considerou 11 diretores e ex-diretores da empresa passíveis de punição por decisões consideradas lesivas e determinou o bloqueio dos bens de cada um deles para cobrir eventual ressarcimento dos danos, orçados em aproximadamente US$ 792,3 milhões.

Prejuízo milionário

Um dos ex-diretores, no entanto, já tinha saído da estatal na época em que uma das decisões envolvendo Pasadena foi tomada. Ildo Sauer deixou a diretoria de Gás e Energia em setembro de 2007, quase um ano após a Petrobras sacramentar a compra dos primeiros 50% da refinaria ao custo de US$ 360 milhões. Ele foi substituído pela atual presidente da empresa, que acompanhou todo o litígio entre a petroleira e a belga Astra Oil pela segunda metade da unidade. Foster permaneceu no cargo até 2012.

“A Graça Foster participou da decisão e, como os demais diretores, precisa ser responsabilizada e ter seus bens indisponibilizados. Alguém tem que pagar a conta do prejuízo do Brasil com Pasadena”, disse Macris, que enfatizou ainda a participação da presidente Dilma Rousseff na compra da refinaria.

“Na época, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, ela (Dilma) tinha que conhecer mais o processo. Já está mais do que confirmada a necessidade da petista dar informações à sociedade, o que não tem feito. Pelo contrário, joga a culpa em outros diretores.”

Revisão imediata

Líder do PSDB na Câmara, o deputado federal Antonio Imbassahy (BA) defendeu a inclusão de Foster na lista dos responsáveis pela negociação de Pasadena. “Na prática, a atual presidente da Petrobras deveria estar com seus bens indisponíveis, tal qual ocorreu com os demais responsáveis. O que, por si só, já é um escândalo e inviabiliza sua permanência no comando da empresa”, destacou.

O tucano cobrou a imediata revisão do acórdão do TCU que aponta os responsáveis pela operação que custou ao todo US$ 1,249 bilhão à Petrobras. “Os bens dos diretores acusados injustamente continuarão bloqueados até quando? Se for de fato apenas um erro material, ele poderia ser corrigido de ofício pelo ministro relator (José Jorge), mandando que seja retificada a decisão anterior.”

Imbassahy anunciou que entrará na próxima semana com uma representação contra o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na Procuradoria-Geral da República (PGR). O líder pedirá a apuração da conduta do ministro, que estaria tentando engavetar o processo sobre Pasadena no tribunal. “Inclusive com a participação do ex-presidente Lula”, afirmou o deputado, que também enviará requerimento de informações ao Ministério da Justiça para obter mais detalhes da pressão exercida por Cardozo junto ao TCU.

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