Hamas e Israel retomam ataques após fim de cessar-fogo temporário

(Reuters)
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Tudo como antes – Minutos após o fim do cessar-fogo de 72 horas entre Israel e o grupo islâmico radical Hamas, a Faixa de Gaza voltou ao cenário de guerra nesta sexta-feira (8). Novos foguetes disparados a partir do enclave palestino atingiram o sul de Israel pela manhã, provocando uma retaliação israelense.

“O primeiro-ministro israelense e o ministro da Defesa ordenaram às Forças de Defesa de Israel uma retaliação vigorosa pela violação do cessar-fogo pelo Hamas”, segundo um comunicado divulgado após o disparo de foguetes contra o Estado judeu. O Exército israelense confirmou ter atacado “locais terroristas na Faixa de Gaza”. Uma porta-voz dos militares afirmou que nenhum soldado israelense havia entrado em território palestino.

De acordo com o ministro do Interior palestino e testemunhas, aviões de guerra israelenses bombardearam Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza, assim como a Cidade de Gaza e o centro do enclave. Um menino de 10 anos morreu e outras seis pessoas ficaram feridas num bombardeio a uma mesquita na Cidade de Gaza.

Antes disso, milhares de habitantes haviam começado a abandonar suas casas no norte e leste da Faixa de Gaza, antecipando a retaliação de Israel.

Segundo fontes militares israelenses, pelo menos 10 foguetes foram disparados contra o Estado judeu logo após o cessar-fogo temporário expirar, às 8h (hora local). Um deles teria sido interceptado perto de Ashkelon, enquanto os outros teriam caído em espaços abertos.

A retomada das hostilidades acontece depois de mais uma rodada de negociações ter fracassado no Cairo na tentativa de chegar a um acordo por uma trégua duradoura. As conversações, mediadas pelo Egito, focaram em novas delimitações fronteiriças para Gaza, assim como a suspensão do bloqueio imposto por Israel e Egito desde 2007, quando o Hamas tomou o poder no território palestino.

Nesta sexta-feira, um representante oficial de Israel anunciou que a delegação do país estava se retirando das negociações no Cairo. “Israel não vai negociar sob ataques”, disse o funcionário do governo em condição de anonimato. Ele ressaltou que Israel tinha manifestado disposição para estender a trégua por mais três dias antes de “o Hamas quebrar o cessar-fogo”.

A abertura de Gaza é uma das condições exigidas pelos extremistas para a aceitação de uma trégua duradoura. Israel, por sua vez, quer o desarmamento dos militantes, algo que o Hamas rejeita.

A ofensiva israelense em Gaza, iniciada há um mês, já matou 1.887 palestinos, a maioria civis, e feriu quase 10 mil, além de ter deixado dezenas de milhares de pessoas desalojadas. Do lado israelense, foram 67 baixas, dentre as quais três civis. (Com agências internacionais)

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