Cresce a cobrança por punição a Requião por causa da tropa de cavalos; senador surta de novo

roberto_requiao_21Coices conhecidos – É cada vez maior, no Paraná, o clamor por punições para o senador Roberto Requião (PMDB) por conta abuso de manter uma tropa de 88 cavalos, para passeio com amigos, às custas do suado dinheiro do contribuinte paranaense no período em que o peemedebista governou o estado sulista (2003-2010). O absurdo que gerou despesa estimada entre 5 e 8 milhões de reais no período, além de tirar policiais militares das ruas para convertê-los em cavalariços do então governador. A denúncia foi feita pelo ex-deputado José Domingos Scarpelini, gerou investigação do Ministério Público e foi divulgada pelo jornal “Gazeta do Povo”, pelo ucho.info e pela “Folha de S. Paulo”.

Nesta segunda-feira (11), o jornalista Ricardo Boechat, da rádio BandNews, comentou o escândalo (http://www.youtube.com/embed/AChxNera4eQ) e estranhou a demora para que tamanho abuso e flagrante desperdício de dinheiro público fosse punido adequadamente. De acordo com o jornalista, uma “esculhambação”, uma “afronta” ao dinheiro público por parte de figura tão “notória”. Boechat cobrou ainda que o senador, sempre “tão falante”, viesse a público dar uma explicação para seus eleitores.

Requião, que patrocina um projeto regressivo sobre cartões de crédito (permite que os comerciantes cobrem preços diferentes caso o cliente pague em cartão ou dinheiro), em lugar de se explicar passou a agredir a imprensa. “A mídia canalha distorce o projeto dos cartões de credito e cria noticia idiota e sobre cavalos que nunca tive. FDPs”, postou Requião em seu Twitter.

“Bati no trambique dos cartões de credito e propus lei de direito de resposta. Folha e Veja me difamam! São uns merdas, ganharemos a parada”, adianta. Sobrou até para o Ministério Público. “MP não investiga escandalos (sic) da Copel, estradas sem empenho e ações da Sanepar mas quer saber que capim cavalos pastavam no Kanguiri. Argh!”, escreve Requião em outro post no Twitter.

O escândalo dos corcéis do senador também foi objeto de comentário do jornalista Luiz Geraldo Mazza, âncora da Rádio CBN de Curitiba, e colunista do jornal “Folha de Londrina”. Mazza destacou o contraste do discurso de Requião em favor da Carta de Puebla (opção preferencial pelos pobres) e o estilo de vida de um Luiz XIV adotado pelo senador, que é o campeão de gastos em viagens internacionais às custas do contribuinte brasileiro, acumula aposentadoria de ex-governador com o salário de senador (R$ 53 mil mensais) e conta com uma tropa de equinos para o lazer só comparável à da existente na corte do Rei-Sol.

“O ambiente pré-revolução francesa do Canguiri volta à toda força na campanha eleitoral resgatando o período em que lá morava o governador Requião e se divertia de quadriciclos ou em cavalgadas”, comenta Mazza. “Há uma omissão sistêmica, uma leniência abrangente, que sustenta esses laços da cordialidade intrapoderes. Como o fato à época era considerado normal e não denunciável, tanto que a mídia a ele se referia como algo apropriado, só agora passa a ser visto como um possível ato de improbidade, já que os cavalos seriam dele, até ganhos de presente, mas a alfafa era pública, daí os cálculos que se fazem para ver de quanto seria o débito”, conclui o jornalista.

apoio_04