Requião surta mais uma vez com pergunta sobre o mar de lama no porto paranaense de Paranaguá

eduardo_requiao_03Fora de controle – Obscuro psicanalista no passado, Eduardo Requião tinha como única credencial o fato de ser irmão de Roberto Requião, que governou o Paraná de 2003 a 2010. Tal credencial serviu para que Eduardo, conhecido como “Vovó Naná”, fosse guindado ao cargo de superintendente dos Portos de Paranaguá e Antonina.

O sistema portuário do Paraná mergulhou em escândalos, casos gritantes de ineficiência e de corrupção. Em dezembro de 2009, a Polícia Federal desencadeou a Operação Dallas, concebida para investigar irregularidades (roubo de cargas, subornos e compras superfaturadas) no porto sob a gestão de Eduardo Requião. O Ministério Público chegou a pedir a prisão do irmão do governador, que teve seu apartamento vasculhado pela Polícia Federal.

Na última segunda-feira (11), ao conceder entrevista a uma rádio do interior paranaense, Roberto Requião, que disputa o governo do Paraná pelo PMDB, teve um surto de fúria ao ser questionado sobre a atuação do irmão Eduardo no comando do porto. Os que conhecem bem o senador avaliam que o surto contra o radialista teve um motivo bem definido: intimidar e evitar que continuasse a fazer perguntas sobre “Vovó Naná”, que deixou um rastro de indícios de irregularidades em sua passagem por Paranaguá.

O caso mais flagrante foi a descoberta de que o irmão do senador, que antes de assumir o Porto vivia um período de notórias dificuldades financeiras, passou a armazenar enormes somas em dólares na própria casa (http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?id=1028429). A quantidade de moeda norte-americana estocada em armários do apartamento de Eduardo era tão grande, que ele só se deu conta que a empregada havia furtado US$ 180 mil quando a doméstica começou a apresentar espetacular melhora em seu padrão de vida.

Ao constatar que havia sido roubado, Eduardo Requião cometeu um novo ilícito ao mobilizar a polícia para recuperar o seu dinheiro e obrigar a empregada a ressarci-lo por supostos danos e abalos. Eduardo usou policiais do COPE (Centro de Operações Policiais Especiais) para pressionar a empregada e supostamente forçá-la a devolver quantia maior que a furtada para ressarcir o patrão por supostos “danos morais”.

As investigações da Operação Dallas, da Polícia Federal, começaram em 2009, a partir de denúncias de empresas exportadoras à Receita Federal. A PF apurou o desvio de grãos no porto, fraudes na contratação da empresa que adquiriria o equipamento para a dragagem no Canal da Galheta, a contratação irregular de empresas especializadas em estudos ambientais e a contratação irregular de uma empresa para a limpeza do porto. Em um imóvel de Eduardo Requião, no Rio de Janeiro, a Polícia Federal apreendeu grande quantidade de dinheiro vivo e armas de uso exclusivo das Forças Armadas.

O “irmão enrolado” transformou-se em enorme pesadelo para a campanha do senador Requião. Reproduções de nota de dólar com a imagem de Eduardo no lugar da de George Washington têm sido distribuídas pela oposição (principalmente pelo PT) na Boca Maldita, em Curitiba, e também em Paranaguá, causando enorme constrangimento ao candidato peemedebista, que se escora na imagem de político austero e honesto.

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