Empolgado com pesquisa, Requião anuncia que seus cavalos voltarão à residência oficial do governo do PR

roberto_requiao_24Patadas políticas – A mais recente pesquisa Datafolha sobre a corrida ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense, fez o senador Roberto Requião (PMDB) ter um surto de euforia. O levantamento mostra que Requião, com 33% das intenções de voto, está polarizando a eleição do Paraná com o governador tucano Beto Richa (39%), em busca da reeleição, e que esmagou a petista Gleisi Hoffmann (11%).

A destemperada alegria deixou o senador imprudente. Requião postou em seu Twitter: “OK e JG, MEUS CAVALOS DE SELA, VOLTARÃO LOGO A COMER O CAPIM DO KANGUIRI”. A postagem tem dois problemas: o primeiro é que tropa de quadrúpedes que Requião mantinha na residência oficial da Granja do Canguiri, e que é objeto de Inquérito Policial Militar e investigação do Ministério Público do Paraná, não era formada por apenas dois animais, mas, sim, por 88. O segundo embaraço é que nem mesmo os dois animais mencionados no post (“OK” e “JG”) constam da estranha declaração de bens do senador ao Tribunal Regional Eleitoral.

Os cavalos de Requião protagonizam o mais novo escândalo político do Paraná. Quando governou o estado (2003-2010), Requião usava a tropa, mantida com o suado dinheiro do contribuinte do estado, para alegres cavalgadas matinais diárias com amigos. Cada cavalo consumia mensalmente entre R$ 1 mil a R$ 1,5 mil e era tratado por policiais militares da Polícia Montada da PM. Ao longo de oito anos, essas cavalgaduras custaram ao contribuinte paranaense cerca de R$ 8 milhões.

O caso dos cavalos aborrece muito Requião, pois desmonta o falso o conceito de homem simples, preocupado com os pobres e seguidor da Carta de Puebla. Nas manifestações que fez tentando minimizar o escândalo equino, o senador e candidato peemedebista invariavelmente “mete os pés pelas mãos”. Na primeira vez que falou em público sobre o caso, questionado por um estudante, tentou fazer piada ao dizer que seus cavalos “não comem no Île de France”, referência a um restaurante francês muito caro de Curitiba.

A resposta virou piada em Curitiba porque parece referência proposital ao principal cabo eleitoral de Requião em Curitiba, o ex-prefeito Rafael Greca, candidato a deputado federal pelo PMDB. Dono de um apetite descontrolado e refinado, Greca esteve envolvido em denúncia do Ministério Público por excessos de gastos da Cohapar, entre 2007 e 2008 (governo Requião), em restaurantes de luxo, em especial no Île de France.

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