Sol quadrado – Considerado durante décadas um dos maiores especialistas brasileiros em reprodução humana, o ex-médico Roger Abdelmassih, de 70 anos, foi preso nesta terça-feira (19) em Assunção, capital do Paraguai, de acordo com informações da Polícia Federal (PF). Abdelmassih foi preso por agentes da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, com apoio de policiais federais brasileiros.
De acordo com a PF, após o procedimento de deportação sumária, Roger Abdelmassih dará entrada no Brasil por Foz do Iguaçu (PR), cidade que faz fronteira com o Paraguai, sendo transferido em seguida para São Paulo.
Condenado a 278 anos de prisão, em 23 de novembro de 2010, o ex-médico deixou de ser preso por conta de habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça que lhe deu o direito de recorrer em liberdade.
O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, ocasião em que o ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de fuga. Como a decretação da prisão, Abdelmassih não se apresentou à Justiça e passou a ser caçado pela polícia, tendo o seu nome incluído na lista de procurados da Interpol. da e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia.
Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que a prisão de Roger Abdelmassih ”somente foi possível por informações obtidas em investigações do Ministério Público do Estado (MPE) que contaram com a colaboração da Polícia Civil do Estado de São Paulo”.
“As apurações incluíram o cumprimento de mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça numa fazenda de propriedade do médico em Avaré, em maio. Dos trabalhos, participaram promotores e policiais civis”, destaca a nota.
Durante mais de quarenta meses de fuga, muitas foram as informações sobre o paradeiro de Abdelmassih. Inicialmente falou-se que o ex-médico estava no Líbano, onde teria parentes, informação confirmada por pessoas próximas ao ex-médico. O Líbano, em tese, seria um local seguro para o especialista em reprodução humana, uma vez que o país árabe não é signatário de tratado de extradição com o Brasil.
A segunda informação, que não encontra abrigo no campo da lógica, dava conta que Abdelmassih estava na Europa e que teria sido visto em um cassino de Mônaco. Essa hipótese deveria ter sido considerada absurda desde o início, pois foi por causa do tratado de extradição entre o principado e o governo brasileiro é que foi possível trazer ao País, para cumprimento de pena, o ex-banqueiro Salvatore Caciolla. Mesmo sem qualquer lógica ou confirmação, uma emissora, com base em depoimento de suposta testemunha, levou ao ar essa informação.