Sem ter a candidatura registrada no TSE, Marina Silva já participa dos programas eleitorais do PSB

marina_silva_16Sem limite – Há no Brasil um contínuo desrespeito à lógica, o que permite que a legislação seja aviltada diuturnamente. Tal situação ganha evidência no âmbito político, onde seus protagonistas ignoram o raciocínio puro e simples. Escolhida para substituir Eduardo Campos na candidatura do PSB à Presidência da República, a ex-petista Marina Silva já recheia os programas políticos da legenda que são exibidos no horário eleitoral.

Marina foi oficializada como cabeça de chapa pela cúpula do PSB, na noite de quarta-feira (20), tendo como candidato a vice o deputado federal Beto Albuquerque (RS), mas o registro da candidatura no Tribunal Superior Eleitoral acontecerá somente no próximo sábado (23). A legislação estabelece prazo máximo de dez dias para que um partido comunique oficialmente a troca de candidato, a partir da ocorrência de fato determinante. Como a morte de Eduardo Campos ocorreu em 13 de agosto, o prazo do PSB termina no próximo dia 23.

Enquanto isso não acontece, Marina não deveria aparecer na propaganda do partido, mesmo que sua nova condição eleitoral não seja mencionada. Há dias a imprensa vem noticiando que Marina será a substituta de Eduardo Campos, mas é preciso que essa troca seja informada ao TSE para que a ex-ministra participe do programa partidário.

Com a decisão de colocar Marina Silva no programa político como forma de aproveitar os dividendos da comoção decorrente do trágico acidente aéreo o corrido em Santos, no litoral paulista, o PSB atropela a lógica e desrespeita a legislação eleitoral.

O ucho.info não está a questionar a escolha do PSB, mas, sim, cobrando do TSE o rigoroso cumprimento das determinações legais, sob pena de as aparições de Marina Silva nos programas eleitorais serem alvo de questionamento na Justiça.

Na verdade, a ação questionável do PSB pode ser comparada, por exemplo, à imputação de crime a um feto que ainda encontra-se no ventre da mãe. Não se pode aceitar que um ser que ainda não veio ao mundo seja culpado por algo que não cometeu. Em suma, enquanto a chapa do PSB não tiver a chancela do TSE, Marina deveria manter-se longe dos programas do partido.

A vida é feita de detalhes e o universo muda a cada instante, por isso é preciso que os brasileiros de bem sejam atentos e participativos. Do contrário, o Brasil continuará na condição de reino do “faz de conta”.

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