Requião diz que “aposentadoria de marajá” serve para custear ações judiciais movidas por adversários

roberto_requiao_15Nababo das araucárias – Roberto Requião (PMDB), candidato ao governo do Paraná, embolsa mensalmente, além do salário de senador (R$ 26,7 mil), uma aposentadoria de ex-governador no valor de R$ 29 mil. O senador tem uma explicação original para esses R$ 55,7 mil que aterrissam mensalmente em sua conta bancária. Precisa da aposentadoria de marajá para indenizar os adversários que o processam. Segundo resposta ao jornalista André Gonçalves, do jornal “Gazeta do Povo”, o senador diz que usa “os R$ 29 mil mensais para pagar ações por danos morais movidas por adversários.”

Por algum motivo obscuro o senador paranaense parece acreditar que o contribuinte é obrigado a bancar o custo das ações judiciais a que ele é regularmente condenado por insultar, agredir, acusar sem provas e falsamente seus adversários. O argumento pífio não esconde que a divulgação do recebimento dessa aposentadoria nababesca de ex-governador é um fato que incomoda sobremaneira Requião. O senador ganhou sua primeira campanha para o governo do Paraná (1990) acusando o adversário (ex-governador) de ganhar esse tipo de benefício que, na época, classificava como imoral.

Quando indagado sobre o tema aposentadoria, Requião perde a cabeça. Já torceu o dedo e tomou o gravador de um jornalista que o interrogou sobre o assunto no Paraná e roubou o gravador de um repórter que o questionou sobre o tema em Brasília.

A aposentadoria incomoda o senador porque conflita com seu discurso de indignação permanente contra os privilégios e mostra que sua opção preferencial pelos pobres é só da boca para fora. Até a candidata Gleisi Hoffmann, atordoada com o distante terceiro lugar que ocupa nas pesquisas, questionou Roberto Requião. Disse que a aposentadoria poderia ser admitida, mas que a acumulação com o salário de senador era inaceitável.

Os recebimentos de Requião de aposentadorias atrasadas escandalizam o Paraná. Em abril, o governo paranaense depositou em sua conta bancária – atendendo a ordem judicial – R$ 499,13 mil, valor referente a retroativos da ‘aposentadoria’ como governador entre maio de 2011 e agosto de 2012.

O benefício fora suspenso em maio de 2011, mas Requião acionou a Justiça e por liminar o dinheiro voltou a ser depositado mensalmente a partir de setembro de 2012. Em segundo movimento, Requião, através de decisão do Tribunal de Justiça, conseguiu receber os 16 meses em que a aposentadoria não foi depositada. Entre julho de 2010 até julho deste ano (2014), Requião já recebeu R$ 1,42 milhão (valores corrigidos) de aposentadoria.

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