Governo anuncia salário de R$ 788 para 2015; aumento corresponde a um pão com banana por dia

pao_banana_01Piada pronta – Nos programas da campanha pela reeleição, assim como no primeiro debate entre presidenciáveis, Dilma Vana Rousseff insiste em manter-se agarrada às mentiras. A petista tem enfatizado as conquistas dos trabalhadores sob o manto do PT, mas tudo não passa de uma retórica mitômana e que passa a léguas da realidade.

Nesta quinta-feira (28), a ministra Miriam Belchior (Planejamento, Orçamento e Gestão) anunciou que o Projeto de Lei Orçamentária (Ploa) elaborado pelo governo federal prevê salário mínimo de R$ 788,06 a partir de 1º de janeiro de 2015. O valor representa um reajuste de 8,8% em relação aos atuais R$ 724,00.

De acordo com a assessoria da ministra, o impacto do aumento do salário mínimo nas contas públicas, incluindo o pagamento de benefícios (pensões e aposentadorias), será de R$ 22 bilhões em 2015.

“O salário mínimo previsto no Orçamento para 2015, a partir de janeiro de 2015, será de R$ 788,06. É a regra que está estabelecida de valorização do salário mínimo”, disse a ministra ao deixar o gabinete do presidente do Senado Federal, que recebeu o Projeto de Lei Orçamentária.

Quando o ucho.info acusa os palacianos de imporem covarde calvário aos trabalhadores, a esquerda nacional torce o nariz e parte para o ataque, como se querer justificar o injustificável fosse possível. Alegar que os trabalhadores tiveram enormes conquistas ao longo dos últimos onze anos e meio é ignorar a realidade.

Considerando que a inflação oficial, medida pelo IPCA, deve encerrar o ano na casa de 6,3%, o trabalhador que recebe salário mínimo terá aumento real de 2,6%, o que em termos financeiros representa R$ 18,82. Esse aumento efetivo do salário é insuficiente para comprar um frango assado, mas permitindo ao cidadão reforçar sua dieta com um pãozinho e uma banana todos os dias.

Dilma e seus ministros da área econômica são adeptos da arte circense e abusam da galhofa quando o assunto é salário mínimo. Não se deve esquecer que, de acordo com o IBGE, dois terços da população brasileira recebem mensalmente menos de dois salários mínimos, ou seja, hoje essa camada da população deve colocar no bolso, a cada trinta dias, algo em torno de R$ 1,2 mil.

Para que o leitor tenha ideia do fiasco que representa o salário mínimo, atual ou futuro, o aluguel de quarto em uma pensão no centro da cidade de São Paulo não sai por menos de R$ 550 por mês.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatístico e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínio ideal – capaz de suprir as necessidades básicas do trabalhador – deveria ser de R$ 2.915,07, em julho. Isso significa que o brasileiro que trabalha de sol a sol está deixa de ganhar mensalmente R$ 2,2 mil. Mesmo assim, Miriam Belchior ousa falar em valorização do salário mínimo.

A situação torna-se ainda mais grave quando o salário mínimo é pouco para quem recebe e muito para quem paga. Esse cenário confirma não apenas a crise que se instalou na economia verde-loura, mas também e principalmente a paralisia de um governo desqualificado e que é refém da incompetência dos seus integrantes.

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