Comunismo zen – Está cada vez mais difícil a situação de Gleisi Hoffmann, candidata do PT ao governo do Paraná, que ocupa um distante terceiro lugar na corrida ao Palácio Iguaçu. A petista tem 14% das intenções de voto, segundo o Ibope, e 11%, de acordo com o Datafolha. Mística, budista, seguidora de seita indiana chamada Brahma Kumaris, discípula do guru anglo-australiano Ken O’Donnell, conhecido como Hare Baba na seara do misticismo, Gleisi dá sinais de estresse profundo. Aos mais íntimos a senadora confidencia que analisa a possibilidade de dar um tempo na campanha para “recuperar o eixo” meditando e ouvindo o sábio guru.
Os coordenadores da campanha petista tentam convencer Gleisi a desistir da viagem à Índia no meio da campanha. A eleição entra em momento decisivo e a simples confirmação da viagem ao Rajastão (província do norte da Índia, onde fica o principal mosteiro da seita), que circula como boato nos meios políticos do Paraná, provocaria um abalo sísmico em uma candidatura que não decolou e coleciona pífios e desanimadores índices de intenção de voto.
O calvário eleitoral da senadora-candidata é emoldurado por aliados envolvidos em corrupção, caso de André Vargas, ligado a Alberto Youssef, doleiro preso pela Polícia Federal na Operação Lava-Janto. Como o pedófilo Eduardo Gaievski, que a petista levou para a Casa Civil para cuidar das políticas federais dedicadas a menores. O hediondo Gaievski está preso na penitenciária de Francisco Beltrão, no interior do Paraná, acusado de praticar dezenas de estupros contra meninas menores (uma delas com 5 anos de idade) e prestes a ser condenado a pena histórica.
Na quinta-feira (28), durante debate promovido pela Band entre candidatos ao governo, a confusão mental e o nervosismo de Gleisi ficaram evidentes. Acusada de pertencer a um partido que transforma bandidos em heróis e tem boa parte da cúpula da legenda na cadeia, Gleisi Hoffmann cometeu clássico ato falho. Tentou rebater a provocação, citando a recente rebelião de presos na penitenciária de Cascavel, a qual chamou de “Presídio da Papuda”. É justamente na Papuda, unidade prisional do Distrito Federal, onde estão presos por corrupção os endeusados comandantes do PT.
Parte do problema de Gleisi decorre da crise enfrentada pelo PT, que tem obrigado a senadora a esconder Dilma Rousseff, de quem foi ministra, para não se contagiar, ainda mais, com a enorme rejeição dos paranaenses ao partido.
Dilma simplesmente desapareceu das menções e da propaganda da campanha de Gleisi Hoffmann. O nome da presidente só é mencionado quando a senadora petista inquirida pelos jornalistas. Imagens do ex-presidente Lula têm sido usadas, mas a campanha cogita tirá-las do ar porque a avaliação é que o contingente de votos que agrega não compensa o número de eleitores que espanta.