Quem tem, tem medo – Na edição desta quarta-feira (3), o jornal “O Globo” informa que o governo federal decidiu reter os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em função do calendário eleitoral. A decisão foi criticada com veemência pelo deputado federal Stepan Nercessian (PPS-RJ).
De acordo com a reportagem, a Casa Civil recebeu os números há quinze dias e optou por não divulgar o indicador que é calculado com base no desempenho dos estudantes em testes de português e matemática. Os dados já passaram pelo crivo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) do Ministério da Educação, mas não chegaram ao conhecimento da sociedade.
“Dou nota zero para o governo federal que insiste em escamotear os números. Estes dados não pertencem ao Planalto. Eles precisam ser divulgados até para os gestores e as escolas se adequarem e traçarem estratégias para enfrentar a realidade”, criticou Stepan, que é integrante da Comissão de Educação da Câmara.
A suspeita é de que o governo do PT esteja escondendo os resultados do Ideb em função de suposto mau desempenho na avaliação, que acontece a cada dois anos. Em 2012, no último levantamento divulgado, as notas de mais de 37% das cidades brasileiras nos anos finais do Ensino Fundamental ficaram abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Educação.
“Eles (o governo) tentam esconder sempre. É a inflação que tentam camuflar e agora partem para a área da educação. O Fisco tem que pegar o governo porque ele é um grande sonegador de dados”, ironizou o deputado do PPS.
A manobra palaciana tem o objetivo único de evitar que a população constate mais um fiasco do governo Dilma Rousseff às vésperas da corrida presidencial. A administração petista, desde janeiro de 2003, vive de ufanismos e pirotecnias, sendo que nos últimos três anos e meio a situação piorou sobremaneira por causa da paralisia de um governo que é refém da incompetência de seus integrantes.
O PT vem criticando diversos adversários em todo o País em questões educacionais, por conta das eleições, usando não apenas discursos embusteiros esculpidos por marqueteiros políticos, mas vendendo à população uma realidade que não existe. Não se pode acreditar que é procedente qualquer resultado positivo acerca da educação no Brasil, onde o ensino está cada vez mais raso em termos de conteúdo e o tempo de permanência dos jovens na escola cai de forma assustadora.
No momento em que a crise econômica avança de forma assustadora, sem que o governo tome qualquer medida para contê-la, a evasão escolar é um fenômeno decorrente da necessidade de sobrevivência das famílias, que arremessam os jovens no mercado de trabalho cada vez mais cedo. Quando o governo perceber que de todos os direitos básicos do cidadão o mais importante em relação ao futuro é a educação, talvez o Brasil consiga sair, um dia, da enfadonha e longeva condição de país do futuro.
