Criação de empregos recua 20% em agosto e mostra o fracasso do governo no combate à crise

trabalhador_02Sem encaixe – Sempre à sombra de desculpas nada convincentes, como a crise internacional, a presidente-candidata Dilma Rousseff continua enganando o povo brasileiro quando o assunto é economia.

Com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Ministério do Trabalho informou nesta quinta-feira (11) que em agosto foram criados 101.425 empregos formais, com carteia assinada. Esse número representa queda de 20,5% na comparação com o mesmo mês de 2013, quando foram criadas 127.648 vagas laborais.

Não há melhor radiografia da economia do que o ritmo de geração de empregos. Quando o ritmo desacelera significa que a economia começa a acelerar o passo rumo ao despenhadeiro, algo que pode colocar o Brasil em situação de dificuldade, apesar das previsões ufanistas do governo e de alguns economistas que insistem em não enxergar o óbvio.

Com o recente dado do Caged o cenário econômico nacional torna-se ainda mais complicado e assustador. Isso porque além de a geração de empregos em todos os setores estar em queda contínua, começando pela indústria, as projeções sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014 são cada vez mais pessimistas, a inflação oficial continua flanando a um passo do teto do programa de metas estabelecido pelo governo.

Apesar de o ritmo de geração de novos postos de trabalho estar desacelerando, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está alta demais para uma economia que vem registrando crescimento pífio nos últimos anos. A redução de vagas no mercado de trabalho deveria ser um atenuante para a inflação, mas nem isso não acontece porque o governo irresponsável de Dilma Rousseff conseguiu errar na adoção de medidas de estímulo à economia. De janeiro de 2011 até agora, mais de duas medidas foram anunciadas pelo ainda ministro Guido Mantega (Fazenda), sem que ao menos uma tivesse dado certo. Nem mesmo a desoneração da folha de pagamento, substituída por um percentual sobre o faturamento das empresas, conseguiu convencer os empregadores. Em alguns setores da economia, os empresários preferiram não aderir à medida.

O grande problema é que o palácio do Planalto não abre mão da estratégia míope e nada inteligente que busca combater a crise através do incentivo ao consumo interno. Com a queda no desemprego, o endividamento das famílias, os altos índices de inadimplência e as elevadas taxas de juro ao consumidor, esse tipo de solução é tão eficaz quanto uma roleta russa. E que dê o primeiro tiro o palaciano mais corajoso.

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