Ibope mostra que “pancadaria” de Dilma não funcionou e criou mais problemas do que soluções

presidenciaveis_08Retrato do momento – Na mais recente pesquisa Ibope, Aécio Neves subiu quatro pontos porcentuais, saltando de 15% para 19%, mas o tucano continua em terceiro lugar. Ainda liderando a corrida presidencial, a petista Dilma Rousseff caiu de 39% para 36%. Já Marina Silva, candidata do PSB, oscilou de 31% para 30% e viu sua vantagem em relação ao terceiro colocado diminuir de 16 para 11 pontos.

Na simulação de segundo turno, Marina (43%) e Dilma (40%) continuam em empate técnico. Na pesquisa anterior, realizada uma semana antes, o placar era de 42% a 41%, respectivamente.

O mineiro Aécio Neves melhorou suas taxas de intenção de voto em todas as regiões, com exceção do Nordeste. No Sul, o tucano chegou a 23% e ficou em situação de empate técnico com Marina, que tem 26%.

Dilma só lidera de forma isolada no Nordeste (48%) e no Sul (34%). Nas demais regiões, a petista aparece em situação de empate técnico com Marina. No Sudeste, que reúne aproximadamente 44% dos eleitores do País, a candidata do PSB tem 31%, enquanto a do PT, 30%.

O resultado da pesquisa Ibope mostra que a pancadaria adotada pela campanha de Dilma Rousseff não surtiu o resultado esperado. Afinal, a petista perdeu três pontos percentuais no primeiro turno, além de ver diminuir a distância em relação à candidata Marina Silva.

Há na pesquisa alguns detalhes interessantes que devem ser considerados. O desempenho da atual presidente piora na medida em que cresce a população dos municípios onde o levantamento foi realizado. Nas cidades com até 50 mil habitantes, Dilma tem 42% das intenções de voto, enquanto que nas cidades com mais de 500 mil moradores o índice cai para 32%.

Por outro lado, considerando os três principais presidenciáveis, a presidente Dilma tem os melhores resultados entre o eleitorado mais pobre. No universo dos eleitores com renda de até um salário mínimo, a petista fica com 46% das intenções de voto, mais do que a soma dos adversários. O que mostra que o programa “Bolsa Família” continua sendo eficaz na manutenção do curral eleitoral do PT.

Em outro ponto da pesquisa está um dos itens que mais preocupam os marqueteiros: o índice de rejeição dos candidatos. Nesse quesito a petista lidera a lista com 32% de rejeição. Aécio Neves aparece em segundo lugar com 19%, ao passo que Marina Silva, terceira colocada nessa lista, soma 14%.

Em relação à avaliação do governo federal, o Ibope não registrou mudanças durante a realização da pesquisa. Para 37% dos entrevistados, a gestão de Dilma é boa ou ótima, 33% classificam como regular e 28% como ruim ou péssima. Com base nesses índices é possível afirmar que a chance de Dilma se reeleger é de 30,85%, índice preocupante para um candidato que tem a máquina estatal à disposição e a caneta presidencial na mão.

O detalhe mais interessante da pesquisa aparece na simulação de eventual segundo turno entre Dilma Rousseff e Aécio Neves. Se o segundo turno da eleição presidencial fosse hoje, Dilma teria 44% das intenções de voto, contra 37% de Aécio neves. O perigo para Dilma está na diferença em relação ao candidato tucano, que caiu de 15 pontos percentuais, na pesquisa anterior, para 7 pontos percentuais. A grande questão está no fato de que Aécio ocupa o terceiro lugar no primeiro turno, enquanto Dilma lidera a disputa. Essa queda na diferença entre ambos (Dilma perdeu quatro pontos percentuais e Aécio ganhou quatro) obrigará a equipe de campanha do PT a repensar a estratégia.

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