(*) Eduardo Pimenta –
A luta de um sonhador abandonado pelos membros de seu partido, torna-se a marca da campanha de Aécio Neves para Presidência da Republica, andando por moinhos e com diversas caminhadas por longas estradas, acompanhado de seu candidato à vice-presidência: o Senador Aloysio Nunes Ferreira – seu fiel escudeiro.
Enquanto vemos a candidata Dilma Vana Rousseff com seus cabos eleitorais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus candidatos ao Senado pedirem votos, vemos por outro lado a ausência do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na televisão pedindo votos para o candidato do seu partido, ou qualquer de seus senadores pedindo e trabalhando para seu candidato a presidência da República.
O que percebemos é o abandono do PSDB em relação ao candidato Aécio Neves. A candidatura de Aécio Neves é uma luta solitária de Don Quixote e Sancho Pança em busca de sua Dulcinéia (Brasília). Busca fadada ao insucesso pela falta de apoio político do PSDB.
Em outro sentir, a candidata Marina Silva demonstra a integração de diversos partidos, corroborando o apoio político partidário. Evidencia o poder articulador do PSB/REDE, que o PT em caminhada com PMDB julga não precisar demonstrar.
Marina Silva consegue mostrar a flexibilidade pelo poder aglutinador de políticos pertencentes a diversos partidos.
Em menos de quinze dias haverá a eleição para presidente da República, com a possibilidade de um segundo turno sem Don Quixote. Como rescaldo fica a ideia de que o PSDB é um partido para São Paulo de Fernando Henrique e José Serra, com dissidência interna de Geraldo Alckmin.
Quando outubro chegar, Dulcinéia lá continuará, Don Quixote para Minas voltará e Sancho Pança em sua realidade viverá.
(*) Eduardo Pimenta é advogado especialistas em direitos autorais, professor universitário e escritor.