ONU: Dilma falou de combate à corrupção, mas omitiu perseguição aos denunciantes da Lava-Jato

dilma_rousseff_460Sem solução – Entre os assuntos que agregou ao discurso que proferiu na abertura da 69ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York, a presidente Dilma Rousseff, que busca a reeleição, deu destaque ao combate à corrupção, como se o planeta não soubesse do que acontece no Brasil. Na tentativa de passar aos seus convivas na ONU a ideia de que é uma mandatária intransigente com a corrupção, Dilma não se incomodou em ludibriar a plateia.

Para desmistificar o discurso de Dilma vale lembrar o esquema de corrupção e tráfico de influência desbaratado pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, que flagrou em uma das pontas do imbróglio ninguém menos que Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório paulistano da Presidência da República e que se apresentava aos interlocutores como sendo a amante de Luiz Inácio da silva, o lobista Lula.

Quando surgiu a notícia de que Rose Noronha, a Marquesa de Garanhuns, estava envolvida no escândalo e que poderia arrastar Lula para o olho do furacão, o governo entrou em ação e freou as investigações da Polícia Federal, que poderiam chegar não apenas até o ex-presidente Lula, mas também a alguns dos atuais frequentadores do Palácio do Planalto. Essa é primeira prova de que Dilma jamais moveu um dedo sequer para combater a corrupção.

O caso de maior repercussão é o da Operação Lava-Jato, também da Polícia Federal, que só foi possível graças à coragem do empresário Hermes Magnus e à persistência do editor do ucho.info, que desde janeiro de 2009 denunciam os desmandos de José Janene, Alberto Youssef et caterva. Não fosse isso, o Brasil jamais saberia do escândalo bilionário que consumiu, entre tantas coisas, os cofres da Petrobras. O que explica a boataria de Lula, em 2006, alegando que uma vitória dos tucanos nas urnas presidenciais significaria a privatização da petroleira. Afinal, Lula precisava manter o esquema criminoso em funcionamento.

Enquanto Dilma rivaliza com a verdade em seus discursos desconexos, a Gestapo petista, que age nos subterrâneos para intimidar opositores e críticos do governo, continua patrocinando verdadeira perseguição aos denunciantes do mix de corrupção que desaguou na Lava-Jato. Não bastassem as ameaças, as perseguições, os grampos telefônicos e telemáticos, as invasões de hackers e outras quireras criminosas, os donos do poder agora decidiram inviabilizar o trabalho alheio. Nas últimas semanas, todas as mensagens de e-mail trocadas pelos denunciantes (Magnus e Haddad), entre si ou com terceiros, são rigorosamente monitoradas, sendo que algumas nem chegam aos destinatários. Dando sequência à operação bandoleira, ligações telefônicas feitas a partir de celular ou de telefones fixos são derrubadas a todo instante, como se o serviço de telefonia no Brasil fosse igual ao dos países subdesenvolvidos. É fato que o serviço não é da melhor qualidade e deixa muito a desejar, mas também não é o pior existente no planeta.

Fora isso, qualquer reclamação feita à Anatel feita por qualquer dos denunciantes não merece qualquer providência. Afinal, a máquina federal está literalmente partidarizada, ao passo que as empresas de telefonia comem na mão do governo. Dilma deveria resgatar aquela coragem de outrora que a impelia a lutar contra a ditadura e, nos dias atuais, assumir que está à frente de um governo sem freio moral.

A essa turba de bolivarianos que tenta fazer do Brasil uma versão agigantada da Venezuela, o ucho.info avisa que o calvário está apenas começando. O estoque de denúncia é consistente e todas as ações deflagradas para cercear o nosso trabalho estão sob o monitoramento, o que pode produzir um escândalo sem precedente na história do País.

apoio_04