Horizonte carrancudo – De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Confiança do Comércio teve queda de 8,7% no indicador trimestral de setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. O recuo foi maior do que os observados nos indicadores trimestrais de agosto (-7,3%) e julho (-6,3%).
Segundo a FGV, o resultado mostra uma frustração dos empresários do comércio com o desempenho das vendas ao longo do terceiro trimestre do ano. A avaliação do setor sobre os próximos meses, medida pelo Subíndice de Expectativas, piorou 4,2%. Já a avaliação sobre o momento presente, medida pelo Subíndice da Situação Atual, caiu 15,9%.
Esses dados revelam que a economia brasileira piora a cada dia, sem qualquer perspectiva de melhora no curto prazo, apesar de todas as promessas absurdas feitas pela equipe econômica do governo. Ministro da Fazenda, com demissão garantida em um eventual segundo governo Dilma, o petista Guido Mantega insiste em ignorar o óbvio: nenhuma das mais de duas dúzias de medidas de estímulo à economia surtiu resultados.
Em campanha pela reeleição e enfrentando as consequências de uma crise que se só faz avançar, Dilma ainda não desistiu de culpar o cenário internacional pelos problemas internos, como se fosse possível acreditar em tão irresponsável diagnóstico. A presidente-candidata erra não apenas ao escapar da culpa, mas também em principalmente em apostar no consumo interno como forma de reverter a crise.
Quando o consumo começa a encolher e a expectativa dos comerciantes em relação ao futuro acompanha o movimento de queda, o País deixa de arrecadar impostos em todos os segmentos da economia. Isso significa que de agora em diante ficará mais difícil para o governo fechar as contas. Se no momento o Palácio do Planalto foi obrigado a avançar no Fundo Soberano, sacando R$ 3,5 bilhões, para pagar os juros da dívida pública, não há como acreditar em um futuro sereno.
A grande questão que surge nesse cenário é que, apesar do recuo no consumo e do desânimo dos comerciantes, a inflação continua resistente. A situação é agravada pela desconfiança do mercado em relação a um segundo mandato de Dilma e com os primeiros sinais mais sólidos de recuperação da economia norte-americana. Esse coquetel tem obrigado o Banco Central a intervir diariamente no mercado de câmbio como forma de conter a valorização do dólar. Mesmo assim, a moeda ianque já ultrapassou a barreira de R$ 2,40, patamar que o ucho.info previu que aconteceria somente em dezembro ou no começo de 2015.