As precauções contra ataques de islamistas serão aumentadas em locais públicos e meios de transporte, divulgou o escritório presidencial após uma reunião do gabinete de Defesa, em Paris. O governo francês também alertou 30 de suas embaixadas no Oriente Médio e na África sobre a ameaça de ataques.
Paris reiterou ainda que mantém a luta contra a organização extremista EI e que os ataques aéreos no Iraque, iniciados há pouco menos de uma semana, vão continuar. “A França também vai continuar e intensificar o apoio às forças da oposição na Síria, que lutam contra os grupos jihadistas”, completou um comunicado do governo.
A França envia armas a rebeldes sírios considerados moderados, que, além dos jihadistas, lutam também contra o regime do presidente Bashar al-Assad. Mas o governo francês já está cogitando aderir aos ataques aéreos também em território sírio.
Na semana passada, a França foi o primeiro país europeu a cooperar com os ataques aéreos dos EUA. Nesta quinta-feira, houve novas investidas. Caças Rafale bombardearam duas antigas casernas militares perto de Falluja, onde equipamentos e armas militares estariam armazenados.
Em resposta aos ataques aéreos, o EI convocou todos os seus seguidores a matar indiscriminadamente cidadãos europeus e americanos. Gourdel foi o primeiro, mas terroristas do grupo Abu Sayyaf ameaçaram nesta quarta-feira matar dois reféns alemães nas Filipinas.
Detenções no Reino Unido
Unidades antiterroristas da polícia britânica prenderam nove suspeitos de integrarem uma organização proibida, que atuava principalmente em Londres. A polícia não deu mais detalhes, mas segundo a Associação Britânica de Imprensa, um dos suspeitos é o pregador radical Anjem Choudary, que no passado negou incitação ao terrorismo.
Nesta sexta-feira, o Parlamento britânico decide se o Reino Unido deve ou não se juntar aos ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos no Iraque, segundo propôs o primeiro-ministro David Cameron.
Holanda e Bélgica colaboram
O governo da Holanda anunciou que vai colocar seis caças F-16 à disposição para a campanha militar no Iraque. A Bélgica também deve oferecer outros seis F-16, mas a medida ainda depende da aprovação parlamentar. Além dos dois países europeus, a Austrália vai enviar outros oito aviões de combate.
O vice-primeiro-ministro holandês, Lodewijk Asscher, reconheceu que, com o envio dos caças, a Holanda tornar-se-ia alvo maior para os jihadistas. “Mas estamos prontos. O perfil de ameaça é monitorado permanentemente, e nossos serviços de segurança estão preparados”, garantiu.
Nesta quinta-feira, soldados holandeses foram instruídos a não vestirem seus uniformes militares nos meios de transporte. A porta-voz do Ministério da Defesa da Holanda, Marloes Visser, negou que a instrução tenha a ver com o anúncio do envio dos seis F-16. Ela reiterou também que diversas declarações feitas no início desta semana por radicais suspeitos estão sendo monitoradas.
Nesta terça-feira, um militante jihadista holandês baseado na Síria, autodenominado Muhajiri, pediu ações contra a Holanda. O canal televisivo estatal holandês NOS afirmou que, aparentemente, o vídeo narrado em holandês foi gravado na cidade de Aleppo, na Síria.