Parente de Tarso Genro abusa da ousadia e coloca governador gaúcho na órbita da Operação Lava-Jato

(Foto: UOL)
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Alça de mira – A Operação Lava-Jato deve subir as escadarias do Palácio Piratini, sede do Executivo gaúcho, e aterrissar na escrivaninha do governador petista Tarso Genro, que tenta a reeleição. Procuradores que participam das investigações da operação deflagrada pela Polícia Federal, que desmontou o esquema criminoso comandado pelo doleiro Alberto Youssef e por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, estão de posse de pelo menos um documento que coloca Tarso no olho do furacão.

Há meses, um parente de Tarso Genro foi flagrado na região de Caxias do Sul abordando empresários locais, com uma bisonha proposta de assessoria. Tudo absolutamente normal, não fosse o complemento da abordagem, uma espécie de milagre bandoleiro. A pessoa que usa o nome do governador gaúcho de forma deliberada não apenas oferece serviços profissionais, mas age como intermediador na obtenção de recursos do governo do estado, mais precisamente da Secretaria de Ciência e Tecnologia, desde que o tomador concorde em pagar um pedágio de 20% do valor do empréstimo.

A irresponsabilidade é tamanha, que em nenhum momento o alarife gaúcho, parente de Tarso, pensou que pudesse estar sendo monitorado à distância. Contando com a impunidade, até porque a proximidade parental com o governador lhe dava essa falsa sensação, a pessoa abusou da ousadia em um dos encontros com determinado empresário, alertando o mesmo sobre os desdobramentos da Operação Lava-Jato, não sem antes afirmar que depois de julho a situação em torno do escândalo pioraria sobremaneira. Tudo porque a Copa do Mundo colocou uma cortina de fumaça à frente do escândalo.

Não obstante, o parente do governador, durante encontro em um centro comercial da Grande Porto Alegre, questionou um dos seus interlocutores, supostamente mais uma de suas vítimas, por qual razão o empresário ainda não havia deixado o Brasil, uma vez que os efeitos colaterais da Lava-Jato, nos imundos subterrâneos petistas, seriam devastadores.

Acontece que tal pessoa não levou em conta a coragem das pessoas que denunciaram o esquema que serviu de base para a precisa operação da Polícia Federal. É difícil saber se Tarso tinha conhecimento das lambanças protagonizadas pelo parente, mas pela forma da abordagem é possível que no Piratini alguém dava cobertura ao incauto.

O ucho.info tem em seus arquivos o documento que comprova a atuação do parente do governador Tarso Genro, que em algum momento será convocado para dar explicações sobre essas estranha forma de se obter recursos da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia.

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