Dívidas de campanha farão com que a corrupção continue dominando a política nacional

dinheiro_72Prego longo – As dívidas de campanha que surgirão depois das eleições farão com que a corrupção continue dominando o cenário político nacional. Isso porque os eleitos serão obrigados a buscar alternativas para quitar os compromissos financeiros contraídos ao longo dos últimos três meses. Não importa qual candidato à Presidência seja eleito, alguém há de pagar essas contas que já começam a ficar à beira do caminho. Além das armações que surgirão ais adiante, muitos favores escusos terão de ser feitos para dar a contrapartida aos doadores de campanha, em especial bancos e empreiteiras. Resumindo, a conta será paga por todos os brasileiros.

Com a condenação de alguns corruptos, principalmente os mensaleiros, e a grave crise financeira que varre o País em todos os seus quadrantes, arrecadar foi certamente a mais difícil de todas as missões das campanhas eleitorais. Tanto na contabilidade oficial, quanto no malfadado caixa 2. Os costumeiros doadores de campanha estão arredios e precavidos, porque sabem que um reles equívoco na prestação de contas de determinado candidato pode se transformar em um furacão na seara da Justiça.

O que foi arrecadado até agora nem de longe cobre as despesas assumidas pelos comitês de campanha, até porque a eleição presidencial está muito mais acirrada do que imaginavam os candidatos. Sempre lembrando que as estimativas de gastos dos candidatos, informadas à Justiça Eleitoral, estão muito aquém das despesas reais. Com o acirramento da disputa, principalmente na reta final da corrida ao Palácio do Planalto, os custos das campanhas subiram de forma impressionante, sendo que os não eleitos terão de repassar a terceiros os compromissos assumidos.

No caso da eleição deste ano, quem tropeçar nas urnas presidenciais terá de transferir a governos estaduais as indigestas faturas. Sempre lembrando que isso só é possível quando determinado governo estadual está nas mãos de algum correligionário do candidato derrotado.

Os que não tiverem a quem repassar as contas em atraso, os chamados “pinduras” que se preparem para enfrentar os credores, que diante das dificuldades decorrentes da crise econômica estarão com mais disposição para cobrar os devedores.

Para que o leitor consiga compreender o tamanho do estrago que o País terá pela frente, um candidato a deputado federal de um estado do Nordeste, por exemplo, que concorre por um partido de média expressão política, gasta em três meses de campanha, em média, R$ 6 milhões, caso consiga arrancar das urnas 120 mil votos. Ou seja, cada voto custa R$ 50. Esse investimento milionário não se justifica diante do que o eleito auferirá, ao longo de quatro anos de mandato, R$ 1,2 milhão em salários.

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