Apoio do PSB ao tucano Aécio Neves no 2º turno enfrenta a resistência de Roberto Amaral e Erundina

aecio_neves_14Jogo duro – Não será fácil a decisão do PSB sobre quem apoiar no segundo turno da corrida presidencial. Seguindo o caminho da lógica, o PSB deve apoiar o senador mineiro Aécio Neves, candidato do PSDB ao Palácio do Planalto. Essa possibilidade vem ganhando força nas últimas horas, pois a família de Eduardo Campos, então presidenciável do PSB, morto em 13 de agosto passado, vem sinalizando apoio a Aécio. E é esse detalhe que pode levar Marina Silva a declarar apoio ao candidato tucano.

No contraponto da tendência que começa ganhar corpo estão Roberto Amaral, presidente nacional do PSB, e Luiz Erundina, deputada federal reeleita e coordenadora da campanha de Marina Silva. Comunista de carteirinha e sem qualquer expressão dentro da esquerda brasileira, Roberto Amaral é conhecido como um adulador de Lula, a quem serviu como ministro no primeiro governo do agora lobista de empreiteira. Ou seja, Amaral, na reunião do PSB, deverá defender com unhas e dentes o apoio à petista Dilma Rousseff.

O caso de Luiza Erundina é mais complexo, porque a ex-prefeita de São Paulo foi uma histórica integrante do Partido dos Trabalhadores e certamente trabalhará para que o PSB declare apoio a Dilma. Trata-se de uma questão ideológica. Para reforçar o trabalho que vem fazendo nos bastidores, Erundina foi escolhida como coordenadora da campanha de Marina Silva, depois que integrantes do PSB passaram a enfrentar problemas com a presidenciável do partido depois da trágica morte de Campos.

No âmbito do PSB nacional, as opiniões de Roberto Amaral e Erundina têm pouco peso na decisão partidária, que deve optar pelo apoio ao tucano Aécio. Essa tendência vem sendo defendida pelo deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), candidato a vice na chapa liderada por Marina. Em rápida declaração após a divulgação dos resultados do primeiro turno, Albuquerque não apenas disse que apoiará Aécio Neves, mas deixou claro que não gostou do jogo sujo e rasteiro de Dilma e do PT, que despejaram sobre a opinião pública uma enxurrada de mentiras acerca de Marina. Em outras palavras, Beto Albuquerque, destacado integrante do PSB que poderá influenciar a decisão do partido, está magoado.

Na seara da “Rede Sustentabilidade”, o porta-voz Walter Feldman disse, na segunda-feira (6), que a candidata derrotada Marina Silva seguirá o recado das urnas, que em larga maioria apontou na direção das mudanças. Isso significa dizer que Marina deverá anunciar apoio a Aécio Neves, desde que o tucano aceite algumas condições, como, por exemplo, o fim da reeleição.

Se de fato a memória de Eduardo Campos ainda é preponderante, o PSB não tem o que pensar e deve declarar apoio a Aécio Neves. Não porque os petistas massacraram Marina com uma onda de mentiras, mas porque Dilma Rousseff despachou para Recife, tempos atrás, uma equipe de arapongas para espionar o então governador de Pernambuco. A “arapongagem” ocorreu no porto pernambucano de Suape. Desde então, as relações de Eduardo Campos com o PT palaciano passaram a frequentar o universo do azedume.

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