CPMI da Petrobras: conteúdo da delação de Paulo Roberto Costa pode ser liberado em breve pelo STF

(Geraldo Magela - Agência Senado)
(Geraldo Magela – Agência Senado)
Contagem regressiva – O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, deve liberar à CPMI da Petrobras o acesso ao conteúdo da delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Nos mais de cem depoimentos prestados à Polícia Federal e aos procuradores da República, Costa denunciou ao menos quarenta parlamentares, mas de acordo com levantamento feito pelo ucho.info são mais de sessenta os políticos e autoridades que participavam da ciranda de corrupção na estatal.

O mesmo deve acontecer em relação à delação feita pelo doleiro Alberto Youssef, que ainda precisa ser encerrada e na sequência referendada pela Justiça. Como nos depoimentos de Youssef também foram mencionados políticos que gozam da prerrogativa de foro, a delação terá de ser referendada, ou não, pelo STF.

A expectativa é que o ministro do Supremo libere o acesso à delação de Paulo Roberto Costa nos próximos dias, mas essa decisão pode não ter impacto no segundo turno da corrida presidencial, pois o Congresso Nacional funciona somente até quarta-feira (15), retomando as atividades depois das eleições. A única possibilidade de vazamento de detalhes dos depoimentos de Paulo Roberto está na boa vontade de algum integrante da CPMI, que terá de ir à secretaria da Comissão para solicitar os documentos e pesquisar os nomes dos denunciados.

Na opinião deste site, a divulgação dos nomes dos envolvidos no esquema criminoso que funcionava na Petrobras cairá como bomba no meio político, mas os efeitos não serão imediatos. Isso porque muitos já se reelegeram ou estão prestes a arrancar a vitória das urnas do segundo turno. Pelo desejo popular as consequências dessa atitude bandoleira deveriam ser imediatas, mas na trilha da lógica é preciso abrir espaço para a ampla defesa, sem a qual uma eventual condenação pode ser facilmente contestada. Se no caso do Mensalão do PT os acusados levantaram a bandeira do amplo direito de defesa, não é difícil imaginar o que acontecerá nos processos decorrentes da Operação Lava-Jato.

Um dos denunciantes do esquema e acompanhando os bastidores do caso desde janeiro de 2009, o ucho.info afirma sem medo de errar que entre as dezenas de políticos envolvidos no imbróglio estão governadores (no cargo e outros a um passo de serem eleitos), senadores, deputados federais e ministros de Estado. Se Paulo Roberto Costa entregou todos esses nomes não se sabe, mas é certo o envolvimento desses notáveis representantes da sociedade no maior escândalo de corrupção da história nacional.

Quando este site afirmou em recente matéria que a Operação Lava-Jato ainda haveria de subir a rampa do Palácio do Planalto, não o fez por mera especulação, mas com base em informações seguras. O primeiro peixe graúdo ligado ao governo a ser flagrado no esquema é João Vaccari Neto, tesoureiro nacional do Partido dos Trabalhadores.

Em seguida, na mesma fila do abate, aparece Antonio Palocci Filho. Conhecido como o algoz do caseiro Nildo, o ex-ministro Palocci, em 2010, pediu a Paulo Roberto Costa dinheiro para o caixa da campanha da “companheira” Dilma. O ex-diretor da Petrobras não titubeou diante do pedido e ordenou ao doleiro Youssef que fizesse um depósito de R$ 2 milhões na conta da campanha petista. Essa é mais uma ponta do enorme iceberg de lama que surgiu no encalorado horizonte do PT.

Para complicar a situação, a convocação de Vaccari Neto está na pauta de votação da CPMI da Petrobras, que deve aprovar o requerimento com certa dificuldade, pois o Planalto mantém estacionado no Congresso o seu rolo compressor. Independentemente de quando se dará a revelação dos detalhes do escândalo, o melhor que os brasileiros devem fazer é manter a calma para definitivamente passar o Brasil a limpo. O que não significa que novas sujeiras não surgirão em cena.

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