Sol quadrado – Ex-assessor da petista Gleisi Hoffmann na Casa Civil, o pedófilo Eduardo Gaievski foi transferido na terça-feira (14) para a Casa de Custódia de Curitiba, a pedido dos seus advogados, que alegaram motivos de segurança. Conhecido como o “Monstro da Casa Civil”, Gaievski estava preso na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, no interior do Paraná, onde cumpria pena por estupro de uma menor. Na unidade prisional da capital paranaense o pedófilo aguardará julgamento por outros 26 processos a que responde também por crime sexual contra adolescentes, como, por exemplo, estupro de vulnerável, favorecimento à prostituição e uso de patrimônio público para obter sexo com menores.
Desde o primeiro turno das eleições, o Paraná enfrenta estranha série de rebeliões em penitenciárias. O receio dos advogados do pedófilo era quanto à possibilidade de ocorrer um motim na Penitenciária de Francisco Beltrão, sendo que Gaievski, na condição de estuprador, seria presa fácil para os outros detentos, já que em presídios é notória a hostilidade contra autores de violência sexual. Gaievski, que foi levado por Gleisi a Brasília para cuidar das políticas do governo federal para crianças e adolescentes, é um molestador sexual muito conhecido devido à repercussão nacional de seus crimes.
Na terça-feira (14), em Realeza, cidade onde Gaievski se elegeu prefeito em duas ocasiões e cometeu a maioria de seus crimes, uma mulher acusada de favorecimento a prostituição foi presa. A mulher é acusada de ser uma das agenciadoras de Eduardo Gaievski. Ela providenciava menores para fazer sexo com o ex-prefeito. A identificação da mulher foi mantida sob sigilo, devido ao fato de o processo tramitar em segredo de justiça, mas contra ela pesa a acusação de “agenciar” meninas, a maioria menores de idade, para satisfazer o delinquente sexual.
Há aproximadamente um ano foi expedido mandado de prisão expedido contra a mulher que em tese estava foragida, mas a polícia recebeu informações de que ela permaneceu todo o tempo em Realeza. A mulher encontra-se detida na carceragem provisória da Delegacia da Polícia Civil de Realeza à disposição da Justiça. O delegado Ricardo Moraes Faria dos Santos pedirá nas próximas horas a transferência da presa para a Penitenciária de Francisco Beltrão. Especialistas em Direito garantem que se condenada a pena de prisão não será menor do que dez anos.
Enquanto isso, Gleisi Hoffmann não se dá por achada. Em entrevista publicada nesta quarta-feira no jornal Gazeta do Povo, a primeira concedida depois da fragorosa derrota que sofreu na disputa pelo governo do Paraná, a senadora petista tenta se fazer de vítima de um estranho sentimento antipetista que existe no Paraná. Gleisi denunciou: “Uma campanha de desconstrução e de ódio contra o PT. Eu já fiz várias campanhas, não apenas como candidata, e essa foi uma das mais difíceis. Foi emocionalmente difícil. Parecia que o PT era responsável por todos os problemas da sociedade brasileira, inclusive dos problemas pessoais das pessoas. Não estou dizendo que o PT não tem erros e problemas, mas se cobra do nosso partido de forma muito mais veemente que de outros.”
A causa maior da derrota de Gleisi Hoffmann na tentativa de chegar ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense, foi a sua conhecida arrogância, que em alguns setores ultrapassou os limites do suportável. Autoritária e acreditando que o fato de ter estado ministra da Casa Civil seria meio caminho para a vitória nas urnas, Gleisi passou a intimidar com ações judiciais os jornalistas que abriram espaço para noticiar suas sandices, como se no Brasil não existisse liberdade de imprensa ou se o País desconhecesse o Estado Democrático de Direito.
A presunção de Gleisi foi tamanha, que a senadora, se valendo da sua condição de parlamentar e do fato de o marido, Paulo Bernardo da Silva, estar ministro das Comunicações, pediu, em tom de ameaça, que um jornalista paranaense atacasse o editor do ucho.info. Como esse profissional da imprensa do Paraná é ético, coerente e confiável, Gleisi ficou falando sozinha, apesar da encenação intimidatória.