Soltando a voz – Os ministros Luiz Alberto Figueiredo Machado (Relações Exteriores) e Laudemir André Müller (Desenvolvimento Agrário) acertaram com os partidos de oposição a ida à Câmara dos Deputados para esclarecimentos sobre o acordo firmado entre o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o governo venezuelano.
O líder da oposição no Congresso Nacional, deputado federal e senador eleito Ronaldo Caiado (Democratas-GO), havia apresentado requerimentos de convocação, o que obrigaria ambos a comparecerem ao Parlamento, em prazo máximo de 30 dias. Após negociação com o governo, Caiado aceitou a transformação do requerimento em “convite”, mediante a confirmação das datas de comparecimento.
Müller deve comparecer à Comissão de Agricultura na próxima quarta-feira (12), enquanto Figueiredo Machado confirmou presença na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional no dia 19 deste mês.
“É de senso comum que o MST é indiretamente financiado pelo governo federal através de suas ONGs e o dinheiro público não pode servir para financiar interesses sombrios de um país ideologicamente alinhado ao partido que está no poder. O governo tem a obrigação legal e constitucional de jamais permitir que sejam assinados acordos, por quem quer que seja, em que sejam violados os princípios da Soberania e da Não-intervenção. Precisamos acabar com essa diplomacia invertida e é isso que vamos cobrar dos ministros”, defendeu Caiado.
Convênios
A visita ao Brasil do ministro venezuelano do Poder Popular para as Comunas, Elías Jaua, foi marcada pela firmação de convênios entre o governo venezuelano e o MST. De acordo com a imprensa oficial do Governo Maduro, um grupo socialista-bolivariano está no país para “treinamento e desenvolvimento de comunidade” a unidades do movimento no Paraná e em São Paulo. Na Venezuela, Elías Jaua ainda acumula o cargo de vice-presidente para a sugestiva pasta do “Desenvolvimento do Socialismo Territorial”.
“Foi assim que começou o treinamento de uma força paramilitar de repressão aos movimentos contrários a Chávez na Venezuela. Essa conversa de ajuda no campo não convence a ninguém”, alertou o democrata
Outro requerimento de Caiado solicita um convite à deputada venezuelana Maria Corina, opositora ao ditador Maduro, que pode ajudar a esclarecer quais são os verdadeiros interesses do governo de seu país em financiar movimentos agrários no Brasil. O pedido deve ser votado na Comissão de Relações Exteriores na próxima semana.