Petrolão: vice-presidente da Camargo Corrêa e um dos sócios da Sanko Sider podem ser convocados

camargo_correa_01Pingos nos is – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) apresentará, nesta segunda-feira (10), requerimentos para convocar para depor na CPMI da Petrobras o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, o diretor de Óleo e Gás da empreiteira, Paulo Augusto Santos da Silva, e também um dos sócios da Sanko Sider, Márcio Bonilho.

Na edição de domingo (9), o jornal “Folha de S. Paulo” revelou que a Sanko Sider repassou comissões para empresas das esposas dos dois dirigentes da Camargo Corrêa. Os depósitos, feitos por Bonilho, foram descobertos na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, deflagrada em março passado e que desmontou a ciranda de corrupção que funcionava em algumas diretorias da Petrobras

“A Camargo Corrêa e a Sanko fizeram negócios na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, uma obra superfaturada da Petrobras, e esses repasses a esposas de executivos são muito suspeitos”, afirmou Rubens Bueno.

As empresas das mulheres dos executivos receberam, em 2013, R$ 1 milhão cada uma da Sanko Sider. Extratos das operações foram obtidos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.

Márcio Bonilho foi interrogado pela Justiça Federal em outubro e revelou detalhes da transação entre a Sanko e os executivos da Camargo Corrêa. De acordo com a “Folha”, Bonilho e o outro sócio da Sanko, Murilo Tena Barrios, são réus em ação em que a empresa é acusada de repassar propina a políticos e funcionários públicos, dentro do esquema criminoso operado pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Eduardo Leite era o principal contato de Youssef na Camargo, segundo um dos “laranjas” do operador, o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa. O doleiro controlou uma espécie de conta corrente usada pela empreiteira para pagar suborno, segundo o Ministério Público Federal.

É importante destacar que o esquema operado por Youssef e Costa movimentou muito mais do que os R$ 10 bilhões anunciados inicialmente pelas autoridades que investigam o escândalo que tem todos os ingredientes para ser o maior da história nacional. Considerando o número de envolvidos no crime, em especial partidos políticos e parlamentares, o montante desviado dos cofres da Petrobras é no mínimo o dobro. Basta conferir a atualização dos valores de algumas obras da estatal e a quantidade de adendos contratuais, tudo usado para dar aparência de suposta legalidade à roubalheira bilionária.

Tomando por base que o valor movimentado pelo esquema tenha sido apenas de R$ 10 bilhões, o valor que será devolvido aos cofres públicos, o que só foi possível na esteira dos acordos de delação premiada, é muito pouco. Até agora, as autoridades anunciaram que um montante de R$ 500 milhões será ressarcido. Resta saber por onde anda a diferença, que não é pequena.

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