Presídio para onde foi transferido ex-assessor pedófilo de Gleisi é considerado o paraíso das fugas

eduardo_gaievski_01Ideia fixa – Causou estranheza nos meios jurídicos do Paraná a transferência do pedófilo Eduardo Gaievski, ex-assessor de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, da Casa de Custódia de Curitiba para a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), em Barracão. A instituição funciona em presídio de baixa segurança localizado na divisa com a Argentina (fronteira seca, basta atravessar a rua para entrar no país vizinho) e próximo ao Paraguai, sonho de consumo para os apenados que diuturnamente sonham com a fuga.

As Apacs são instituições destinadas aos presos de baixa periculosidade e autores de crimes leves que estão próximos da progressão de regime ou cumprem pena no semi-aberto. Gaievski foi condenado por crime hediondo (estupro de menores e vulneráveis), tem perspectiva de ser condenado a mais 200 anos de prisão, já tentou a fuga e foi flagrando intimidando e subornando testemunhas.

Ainda que abriguem presos de baixa periculosidade, as Apacs frequentam o noticiário, de forma reiterada, devido à quantidade e à facilidade das fugas que acontecem nesses estabelecimentos penais. É importante lembrar que alguns casos de fuga chegam a ser anedóticos. Em 17 de junho de 2013, por exemplo, o detento Douglas Graziani Neto, 33 anos, que cumpria pena na Apac, fugiu pela porta da frente da entidade. Ele usava calça e jaqueta jeans clara e uma camisa vermelha. Na fuga roubou três celulares e R$ 350,00 em dinheiro dos funcionários encarregados da segurança.

O petista Eduardo Gaievski, que por dois mandatos consecutivos foi prefeito de Realeza, pequena cidade no Sudoeste do Paraná, ganhou notoriedade ao ser preso por pedofilia quando exercia o cargo de assessor especial de Gleisi Hoffmann na Casa Civil do governo Dilma Rousseff. Entre tantas incumbências, o “Monstro da Casa Civil” era responsável pelas políticas do governo federal para crianças e adolescentes. Em outras palavras, a raposa tomando conta do galinheiro.

Gleisi Hoffmann, denunciada pelos delatores do escândalo conhecido como “Petrolão” (Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras, e o doleiro Alberto Yousseff) por ter levado R$ 1 milhão do esquema criminoso que funcionava na estatal, tem mantido posição ambígua sobre a situação de Gaievski. Alega desconhecimento total dos crimes do ex-assessor, mas evita condenações mais explícitas aos crimes que o ex-auxiliar cometeu. No Paraná, por conta do imbróglio de corrupção que saqueou os cofres da Petrobras, a senadora petista vem sendo chamada de “Gleisi Milhão”.

O PT também demonstra enorme tolerância em relação às delinquências sexuais de Eduardo Gaievski. Uma sugestão de que o partido é tão tolerante com crimes contra menores quanto revelou ser com casos de corrupção. Embora esteja preso há mais de um ano e já tenha sido condenado a 28 anos de prisão por estupros de menores, o ex-assessor de Gleisi continua regularmente filiado ao Partido dos Trabalhadores.

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