Lava-Jato: criminalista consagrado, advogado do vice-presidente da Camargo Corrêa critica ação da PF

mariz_deoliveira_01Não é bem assim – No segundo turno da corrida presidencial, ocorrido em 26 de outubro último, 88,3 milhões de eleitores manifestaram o desejo de mudança. Do total, 51 milhões de cidadãos votaram no tucano Aécio Neves (MG), enquanto a diferença ficou por conta dos votos brancos e nulos e pelo elevado índice de abstenção. Dilma Vana Rousseff venceu a disputa e foi reeleita, mas isso só foi possível porque durante a campanha prevaleceu a mentira por parte da então candidata petista.

Ao se fazer um rápido levantamento em qualquer parte do País sobre a corrupção, nove entre dez brasileiros dizem que não mais suportam conviver com escândalos de desvio de dinheiro público e outras práticas criminosas. Entre esses indignados estão advogados, inclusive os mais caros e badalados, que nesta sexta-feira (14) correram de um lado para o outro para defender os clientes encalacrados na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.

Responsável pela defesa de Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente da Camargo Corrêa, o criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira criticou a decretação da prisão preventiva de seu cliente. Ao alegar que seu cliente jamais depôs, que inexiste qualquer inquérito sobre ele e que Leite não é investigado oficialmente, Mariz de Oliveira disse que “era mais fácil advogar na ditadura”, como destaca o jornalista Mario César Carvalho, da “Folha de S. Paulo”.

“Era mais fácil advogar na época da ditadura militar do que agora. Na época da ditadura eu consegui ter acesso ao processo, o que não acontece agora”, afirmou o criminalista. “Direitos básicos ligados à defesa estão sendo violados”, completou.

Mariz de Oliveira afirma que não há justificativa para as prisões, mas é preciso compreender que o juiz federal Sérgio Moro, que comanda os processos decorrentes da Operação Lava-Jato, não atropelaria a legislação, colocando a perder um precioso trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público Federal durante cinco anos, que só foi possível por causa das denúncias feitas pelo empresário Hermes Magnus e pelo editor do UCHO.INFO, jornalista Ucho Haddad.

O advogado vai além e afirma que o risco de fuga é um argumento insustentável para decretar a prisão de Leite. “Se for usar esse argumento, teria de prender todo acusado. O risco de fuga é inerente ao próprio ser humano”. Na opinião de Mariz, a simples apreensão do passaporte bastaria para eliminar o risco de fuga.

O editor do site alertou as autoridades da Lava-Jato, em matéria do dia 24 de outubro deste ano, sobre o risco de fuga dos principais executivos de empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção conhecido como “Petrolão”. Isso porque alguns deles começavam a se preparar para o pior, explicando aos familiares sobre o esquema de corrupção e a possibilidade de uma temporada na prisão. Acontece que alguns desses envolvidos no esquema optaram pela fuga.

Acompanhando o raciocínio do conceituado criminalista Mariz de Oliveira, se o vice-presidente da Camargo Corrêa fosse inocente, como de alguma forma sugere o próprio advogado, o mesmo não deveria ter fugido. Afinal, a Polícia Federal não encontrou, na manhã desta sexta-feira (14), Eduardo Leite em seu endereço residencial. Na opinião do UCHO.INFO, alguém só contrata um advogado quando tem questões a serem resolvidas no âmbito judicial ou policial. Do contrário, qualquer contratação desse naipe seria excesso de zelo, preciosismo demasiado ou mania de perseguição.

No momento em que Eduardo Leite usou uma empresa de sua mulher, a cubano-brasileira Mylene Quian, para receber R$ 1 milhão do esquema de corrupção que funcionava na Petrobras, ficou claro e evidente que o vice-presidente da Camargo Corrêa estava sob investigação das autoridades que comandam a Operação Lava-Jato. Ademais, o nome da empreiteira foi citado varas vezes nos depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, que firmaram acordo de delação premiada com a Justiça.

Antonio Claudio Mariz de Oliveira disse também que seu cliente está afastado da direção da Camargo Corrêa por problemas de saúde e que no momento em que a PF chegou à sua residência o mesmo havia saído instantes antes para tratar de assuntos familiares. Ao acusado deve ser garantido o amplo direito de defesa, como prega a Constituição Federal, mas não se pode ignorar o fato de que o País está diante do maior escândalo de corrupção da história nacional, sendo necessária a prisão, mesmo que por curto espaço de tempo, de alguns dos integrantes do esquema criminoso para que o Brasil consiga iniciar um processo para livrar-se da chaga que arruína a dignidade dos cidadãos.

Para concluir, os mesmos criminalistas, que há dias disseram que o Brasil não mais suporta conviver com a corrupção, nesta sexta-feira mudaram o discurso e passaram a defender os corruptores. É importante destacar que que cada ofício tem seus ossos e que toda profissão é digna, desde que por esse ou aquele motivo o profissional não perca a coerência e muito menos atropele a própria consciência.

O editor do UCHO.INFO tem amigos e conhecidos que, na condição de advogados, atuam com competência no caso da Operação Lava-Jato, mas por coerência e dever profissional mantém sua opinião em relação ao combate implacável à corrupção, assim como sustenta a posição do veículo de comunicação que transformou-se em “A MARCA DA NOTÍCIA”.

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