Lava-Jato: envolvimento com Alberto Youssef pode derrubar metade da cúpula do PP

alberto_youssef_08Olho do furacão – Como vem afirmando o UCHO.INFO, a Operação Lava-Jato ainda está em seus primeiros capítulos e muitos escândalos ainda hão de surgir, colocando a política nacional na última nesga do precipício. De acordo com informações levantadas pelo editor, muitos partidos serão alcançados pelas investigações que desmontaram o maior esquema de corrupção da história verde-loura.

Na segunda-feira (17), quando foi divulgada a lista dos quadrilheiros que foram a um dos escritórios de Alberto Youssef, na cidade de São Paulo, de chofre ficou provado que muitos dos que negavam relação com o doleiro foram desmascarados a partir dos registros da portaria do prédio onde funcionava o bunker. Fora isso, a PF disponibilizou troca de mensagens entre executivos de empreiteiras e operador financeiro do “Petrolão”.

Desde a deflagração da Operação Lava-Jato, em março passado, todos os envolvidos têm negado qualquer participação no esquema criminoso, sendo que alguns simplesmente saíram de cena para não serem lembrados. Até porque, alguns parlamentares temem ser chamados para depor na CPMI da Petrobras, o que poderia ensejar a abertura de um processo de cassação de mandato por quebra de decoro, se é que isso ainda existe na política nacional.

Durante os depoimentos prestados às autoridades da Lava-Jato, na esteira de acordos de delação premiada, Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmaram que despejaram dinheiro do esquema nos cofres de algumas legendas, como PT, PMDB e PP. Os dirigentes partidários têm dado declarações evasivas sobre o tema, mas a PF tem em mãos provas incontestáveis que podem revolucionar o universo da política brasileira.

Para quem desconhece os meandros do esquema de corrupção que culminou com a Operação Lava-Jato, o avanço nas investigações tem permitido enxergar as primeiras imagens que se formam no quebra-cabeça criminoso. O que reforça a importância da Operação Juízo Final, deflagrada na última sexta-feira (14) e que mandou para a prisão de executivos das principais empreiteiras do País, responsáveis por abastecer os cofres dos partidos a partir do superfaturamento de contratos com a Petrobras.

A inquirição dos presos na Operação Juízo Final, na superintendência da PF em Curitiba, tem servido para confrontar os depoimentos com a delação de Costa e Youssef, que desnudaram o esquema criminoso em troca de redução de pena. Certa feita, na sede da CSA Project Finance, no bairro paulistano do Itaim Bibi, o então deputado federal José Janene (PP-PR), falecido em 2010, perguntou a Youssef, durante reunião, se já havia compensado um cheque de determinada empreiteira.

De acordo com informações da força-tarefa que investiga o escândalo de corrupção, a lista de políticos envolvidos no esquema ainda demora a ser divulgada, mas o UCHO.INFO tem os nomes de alguns que serão mandados para o espaço.

Acusado de ser um dos beneficiários do carrossel de corrupção que girava na Petrobras, o Partido Progressista tem afirmado que está à disposição das autoridades para auxiliar nas investigações, mas na verdade a legenda torce para que a Lava-Jato não avance. A PF e o Ministério Público Federal estão de posse dos registros da portaria do prédio onde funcionava o escritório do doleiro da Lava-Jato, localizado na esquina da Avenida São Gabriel com a Rua Tabapuã (imagem abaixo), na Zona Sul paulistana. Por lá passaram muitos políticos, inclusive do Partido Progressista, que pode ter metade da cúpula implodida pela operação. Não por acaso, Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro Mario Negromonte (Cidades), trabalhava como estafeta de luxo de Youssef.

O prédio que até março passado abrigava um dos escritórios de Youssef foi construído em terreno que no passado foi endereço de uma agência do Banco Geral do Comércio, instituição financeira que integrava o Grupo Camargo Corrêa e foi vendida ao Banco Santander. Coincidência ou não, a construtora Camargo Corrêa está atolada na Operação Lava-Jato, a ponto de seu vice-presidente, Eduardo Leite, estar na Polícia Federal, em Curitiba, debaixo de um mandado de prisão preventiva expedido pelo correto e firme juiz Sérgio Moro.

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