Autoridades de Hong Kong removem barricadas montadas por manifestantes

(T. Siu - Reuters)
(T. Siu – Reuters)
Receita conhecida – Autoridades de Hong Kong começaram a remover nesta terça-feira (18) parte dos acampamentos de protesto pró-democracia, cumprindo uma decisão judicial. Acampados desde o final de setembro em zonas estratégicas da cidade, os manifestantes querem o direito de escolher livremente os candidatos da eleição de 2017.

Os manifestantes não se opuseram à remoção, mas um dos líderes estudantis que organizam os protestos, Joshua Wong, 18 anos, afirmou que a intenção é “respeitar a decisão da Justiça”, acrescentando, porém, que o grupo permaneceria diante da sede do governo, na Avenida Tim Mei.

Dezenas de manifestantes recolheram suas tendas sem apresentar resistência, enquanto algumas centenas permaneceram acampadas no bairro Admiralty. A polícia e os oficiais de Justiça têm ordens de remover tanto as barricadas nesse distrito financeiro na ilha de Hong Kong como as do distrito comercial de Mongkok, na península de Kowloon.

O deputado democrata Lee Cheuk-yan acusou as autoridades de “se esconderem atrás da Justiça”, numa tentativa de acabar com os protestos, ao invés de negociar com os ativistas. “Nós precisamos de uma solução política. Queremos que o governo negocie, e não uma ação policial”, exigiu.

Negociação negada

Há sete semanas os manifestantes vêm bloqueando as principais vias da cidade. Empresas de transporte privadas também apelaram à Justiça pela remoção das barricadas, alegando que elas têm prejudicado seus negócios.

O grupo acampado exige a renúncia do chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, e eleições livres a partir de 2017. Em agosto, o Congresso Nacional Popular da China determinou que os candidatos para a eleição precisam ser aprovados por Pequim.

Em reação, dezenas de milhares de cidadãos de Hong Kong saíram às ruas, exigindo democracia. Os protestos começaram em setembro pacificamente, porém em meados de outubro a violência eclodiu depois da divulgação de um vídeo, no qual policiais à paisana espancavam um manifestante algemado.

Depois do início da onda de violência, o governo de Hong Kong concordou em conversar com os líderes estudantis do movimento de protesto. Contudo Pequim deixou claro que não iria mudar de posição e, como previsto, os manifestantes saíram de mãos abanando das negociações.

Os protestos iniciados pelos estudantes são considerados ilegais tanto pelo governo chinês quanto pela administração de Hong Kong. Em seu auge, eles chegaram a atrair mais de 100 mil pessoas, mas os manifestantes vêm perdendo o apoio da população com passar das semanas. (Com agências internacionais)

apoio_04