Corpo do advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, será velado a partir das 15 horas

thomaz_bastos_14Minuto de silêncio – O corpo do advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que morreu na manhã desta quinta-feira (20) em decorrência de agravamento de um câncer no pulmão, será velado a partir das 15h de hoje, no Palácio 9 de Julho, sede da Assembleia Legislativa de São Paulo. O velório deve durar até sexta-feira (21), quando o corpo seguirá para o crematório do Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

Bastos morreu aos 79 anos no Hospital Sírio Libanês, onde estava internado desde o último 18. Entre as muitas atividades que exerceu, o criminalista ocupou o Ministério da Justiça durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre os anos 2003 e 2007. Nesse período em que esteve à frente da pasta da Justiça, Márcio Thomaz Bastos aprovou o Estatuto do Desarmamento, em 2003, e a Emenda Constitucional n° 45, conhecida como a Reforma do Poder Judiciário, em 2004.

Natural de Cruzeiro, no interior paulista, Thomaz Bastos formou-se em direito pela Universidade de São Paulo em 1958, tendo atuado no ramo do direito criminal. O ex-ministro foi vereador pelo Partido Social Progressista (PSP) na sua cidade natal de 1964 a 1969. Foi representante das entidades de classe dos advogados, presidindo a seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entre 1983 e 1985.

Bastos atuou durante os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, como presidente do Conselho Federal da OAB. Em 1990, após derrota de Lula nas eleições presidenciais, aproximou-se do Partido dos Trabalhadores. Ele também foi um dos redatores do pedido de impeachment do então presidente Fernando Collor, que governou de 1990 a 1992. Em 1996, fundou o Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), organização da sociedade civil.

Sempre atuante

Contra o desejo do seu médico, Roberto Kalil, o ex-ministro da Justiça trabalho até a véspera de seu falecimento. Bastos estava à frente da defesa das empreiteiras Camargo Corrêa e Odebrecht na Operação Lava-Jato, que desbaratou uma ciranda de corrupção que funcionava na Petrobras com a participação das grandes construtoras do País.

Na quarta-feira (19), Márcio Thomaz Bastos despachou com os advogados de ambas as empreiteiras, da cama do Hospital Sírio Libanês, na região central de São Paulo. Foi dele a ideia de levar às autoridades que trabalham na Lava-Jato a tese, fracassada, de leniência por parte das empreiteiras, como noticiou com exclusividade o UCHO.INFO.

Presidente lamenta

Dilma Vana Rousseff, a presidente reeleita, lamentou a morte do ex-ministro da Justiça, a quem se referiu como “amigo”. Em nota oficial distribuída aos jornalistas, a presidente da República destacou que “Márcio Thomaz Bastos era um defensor intransigente do direito de defesa e considerava o exercício da advocacia um pilar da sociedade livre”.

Em outro trecho da nota, Dilma reforçou os elogios a Thomaz Bastos e destacou suas realizações no âmbito do Direito. “Como ministro da Justiça, foi responsável por avanços institucionais, como a reestruturação que ampliou autonomia à Polícia Federal, a aprovação da emenda constitucional da reforma do Poder Judiciário e o Estatuto do Desarmamento”, escreveu a presidente. “Quem teve o privilégio de conviver com ele, como eu tive, conheceu também um amigo espirituoso, de caráter e lealdade ímpares”, completou.

Dilma Rousseff viaja a São Paulo na tarde desta quinta-feira para participar do velório de Márcio Thomaz Bastos, que acontece no hall monumental da sede do Legislativo paulista, no bairro paulistano do Ibirapuera.

apoio_04