Perigo à vista – A Coreia do Norte pode ter iniciado atividades para produção de plutônio destinado a armas atômicas em seu centro nuclear de Yongbyon. Novas imagens de satélite mostram nuvens de vapor saindo de uma unidade na usina destinada ao reprocessamento de plutônio, anunciou nesta quinta-feira (20/11) o Instituto Estados Unidos-Coreia da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, EUA. O plutônio proviria de barras de combustível usadas, do reator de cinco megawatts de Yongbyon, principal fonte norte-coreana de plutônio utilizável em armas atômicas.
De acordo com o instituto, as imagens mostram caminhões entrando e saindo da unidade, num possível indício do transporte de combustível nuclear. O reator também teria sido aparentemente desligado por dez semanas, tempo maior que o necessário para manutenção normal e considerado mais uma indicação da possível retirada de um “número limitado” de barras de combustível para serem reprocessadas.
“Fraude”
Yongbyon foi fechada em 2007, como parte de um programa ocidental de ajuda em troca de desarmamento. Em meados de 2013, porém, Pyongyang começou a renovar a instalação nuclear. As informações coincidem com a ameaça de novos testes nucleares subterrâneos, feita pelo governo norte-coreano, em resposta a uma resolução aprovada na terça-feira pela comissão de direitos humanos da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Na resolução, o Conselho de Segurança da ONU foi chamado a solicitar ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, a abertura de processo contra Pyongyang por graves violações dos direitos humanos. A Rússia e a China, ambas potências com poder de veto da ONU, se pronunciaram contra a resolução. Ela deverá ainda ser votada no próximo mês no plenário da Assembleia Geral da ONU, onde sua aprovação é considerada certa.
De acordo com a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA, um porta-voz do Ministério do Exterior do país descreveu a resolução como uma “fraude” e acusou os EUA de liderarem um movimento para a humilhação da Coreia do Norte. Segundo o funcionário, Pyongyang vai aumentar sua capacidade de dissuasão militar, a fim de se preparar contra tentativas de intervenção armada americana.
A Coreia do Norte se autodeclarou potência nuclear em 2005, e afirmou ter realizado testes atômicos subterrâneos em 2006, 2009 e 2013. Especialistas ocidentais calculam que o país já dispõe de plutônio para construir seis bombas nucleares. O Conselho de Segurança da ONU já expediu várias resoluções contra as atividades da Coreia do Norte relacionadas a armas nucleares. (Com agências internacionais)