Voltando no tempo – Em seu novo livro, “Entrevistas”, que será lançado em Brasília, no Senado Federal, dia 9 de dezembro, às 18h30, Pedro Simon (PMDB-RS) traça um panorama da história recente do país, comentando episódios nos quais atuou como protagonista. Praticamente, todos os acontecimentos importantes da política nacional, nos últimos 50 anos, tiveram a presença do senador gaúcho.
Sua participação nas CPIs históricas do impeachment, coordenada em seu gabinete, assim como na CPI dos Anões do Orçamento, que apurou desvios de dinheiro público, levaram o senador a propor, em 1993, uma terceira CPI para investigar, dessa vez, os corruptores.
“Acho que com a Operação Lava-Jato estamos chegando lá, com duas décadas de atraso, mas chegamos”, desabafa Pedro Simon.
A Operação Lava-Jato, ainda em andamento, já levou à prisão os presidentes e executivos das principais empreiteiras do País. As denúncias de corrupção envolvendo obras públicas, o governo e estatais eram antigas, mas só agora, após o julgamento do Mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o foco das investigações recaiu sobre os corruptores.
Assunto antigo
Em discurso de 9 de julho 2003, Pedro Simon destacou reportagem:
“O Sr. Murilo Mendes, presidente da Construtora Mendes Júnior, em entrevista à revista IstoÉ, de 14.02.96, afirmou que as propinas podem chegar a 20% do faturamento das empresas.”
De volta ao assunto, em discurso de 16 de julho de 2004, Simon observou:
“Veio uma CPI que visava exatamente mostrar o envolvimento de empreiteiras na campanha eleitoral, onde apareciam nomes que foram entregues à CPI dos Anões do Orçamento. Praticamente, era preciso apenas reunir a CPI e concluir, porque os nomes já estavam lá. Consegui as assinaturas, em dois dias. Então, o presidente Fernando Henrique determinou ao PSDB e ao PFL que retirassem as assinaturas. E elas foram retiradas. Então, colhi as assinaturas só no Senado. E constituímos a comissão. Todavia, até hoje o Presidente do Senado não designou os membros para compor a comissão, e ela até hoje não foi instalada. Pela pressão do Governo, não saiu a CPI das empreiteiras.”