Governo comemora alta do Índice de Confiança da Indústria, mas ignora a desconfiança do consumidor

consumidor_21Fio trocado – Quando o UCHO.INFO afirma que a economia brasileira foi destruída pela incompetência dos petistas palacianos, a esquerda nacional torce o nariz e dispara impropérios na direção dos jornalistas do site, como se a realidade dos números não revelasse a verdade. Sem ter o que mostrar à população e lutando no Congresso Nacional para aprovar o projeto de lei que legaliza a irresponsabilidade fiscal do governo, Dilma considera como trunfo o anúncio da equipe econômica do próximo governo, que terá problemas de sobra pela frente.

Desprovido de qualquer planejamento na área econômica, o que se comprova na esteira da crítica situação do País, o governo do PT insiste em produzir factóides e pegar carona e dados de levantamentos que indiquem alguma melhora na economia, situação que não se repete na sequência dos fatos.

O melhor exemplo do ufanismo boquirroto que tomou conta do Palácio do Planalto desde janeiro de 2003, quando o lobista Lula chegou ao pode central, foi a comemoração dos palacianos em torno da melhora do Índice de Confiança da Indústria, que, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), aumentou 3,6% em novembro, na comparação com outubro. O índice subiu de 82,6 para 85,6 pontos, o maior patamar desde junho.

A alta foi determinada pela melhora da percepção sobre a situação dos negócios em novembro. Após seis quedas consecutivas, o Índice da Situação Atual avançou 8,3%, chegando a 85,9 pontos, o maior nível desde junho. O Índice de Expectativas teve queda de 0,6%, registrando 85,4 pontos.

O indicador de situação atual dos negócios avançou 12,4% entre outubro e novembro, passando de 74,4 para 83,6 pontos, o maior nível desde julho. A proporção de empresas que consideram a situação atual boa aumentou de 7,8% para 12,8%, enquanto a parcela de empresas que a avaliam como fraca caiu de 33,4% para 29,2%.

Quando os empresários da indústria falam em “situação atual” significa o cenário do mês corrente, nada além desse período. Isso decorre das encomendas do comércio para o Natal, mas mesmo assim a animação do setor não tem razão de ser.

Para provar que essa comemoração não passa de tiro de festim, a confiança do consumidor brasileiro registrou nova queda em novembro, de acordo com pesquisa da FGV, divulgada na última segunda-feira (24). O indicador caiu 6,1% em relação a outubro, para 95,3 pontos – o menor patamar desde dezembro de 2008. Houve piora tanto na satisfação com a situação presente quanto nas expectativas em relação aos próximos meses.

A satisfação com a situação atual caiu 5,1%, para 96,6 pontos, o menor índice da série histórica da FGV, que tem início em setembro de 2005. Já o índice que mede as expectativas recuou 6,8%, para 94,7 pontos.

“A preocupação com a inflação, o mercado de trabalho e, mais recentemente, com a alta da taxa de juros, contribuiu, em novembro, para o aprofundamento da tendência de queda da confiança do consumidor observada ao longo dos últimos 12 meses”, afirmou, em nota, Tabi Thuler Santos, economista da FGV/IBRE.

Ora, se a confiança do consumidor está em queda sob todos os prismas de análise, não há razão para o governo comemorar a melhora do Índice de Confiança da Indústria, pois sem ter quem consuma não se pode produzir. Vale lembrar que o consumidor brasileiro está cauteloso em relação à contração de novas dívidas, resultado da irresponsabilidade do então presidente Luiz Inácio da Silva, que em dezembro de 2008 apostou no consumismo, em balado pelo crédito fácil, para minimizar os efeitos colaterais da crise global.

Como se não bastasse, a população economicamente ativa está sofrendo cada vez mais com a desvalorização dos salários, ao contrário do que afirma o governo de Dilma Rousseff. Fora isso, a inflação real, aquele com que o cidadão se depara no cotidiano, está corroendo o poder de compra do ganho do trabalhador, que voltou a conviver com a fantasmagórica situação em que o salário acaba e o mês continua.

Fato é que Dilma Rousseff mentiu deslavada e acintosamente durante a campanha pela reeleição, vendendo à parcela incauta da sociedade a ideia de que o Brasil é uma versão melhorada do País de Alice, aquele das maravilhas. Poucas semanas se passaram depois do segundo turno e os brasileiros começam a descobrir que o Brasil é um misto de trem fantasma com montanha-russa sem freio.

apoio_04