Ildo Sauer demonstra abismo entre diretor técnico e diretor político na Petrobras, afirma Onyx Lorenzoni

ildo_sauer_02Radiografia do esquema – Membro da CPMI da Petrobras, o deputado federal Onyx Lorenzoni (Democratas-RS) ressaltou, na quarta-feira (3), a grande diferença entre o relato apresentado pelo ex-diretor de Gás e Energia da estatal, Ildo Sauer, e de outros diretores investigados pelo esquema de corrupção e propina que durante uma década funcionou na estatal.

Sauer foi ouvido informalmente por deputados da oposição e pela imprensa, na tarde de quarta-feira, após o presidente da CPMI, senador Gim Argello (PTB-DF), suspender a sessão como parte da manobra da base governista para tentar evitar o avanço das investigações, cujos ingredientes podem derrubar o governo de Dilma Rousseff e implodir o Partido dos Trabalhadores.

“O que o Ildo Sauer, um acadêmico e técnico especialista no setor de energia, demonstrou aqui é que há um abismo entre o seu conhecimento técnico e o que nos foi apresentado por Paulo Roberto Costa, Cerveró e companhia”, argumentou Onyx.

O democrata classificou como positivo a audiência informal que driblou a obstrução do governo e colheu dados técnicos a serem acrescentados no relatório final da comissão.

“Vencemos a burocracia e a obstrução que o governo está fazendo na CPMI para transferir o máximo de conhecimento técnico aqui exposto para a próxima CPMI que devemos implementar a partir de fevereiro do ano que vem”, anunciou.

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“Despachante de interesses”

De acordo com a explicação de Sauer, a sua saída da Petrobras se deu “mais por suas virtudes do que por seus defeitos”. Ele alegou que, enquanto diretor da empresa, não se limitou a ser um “despachante de interesses” políticos do governo.

“Está claro que a saída de homens de perfil técnico do comando das diretorias da Petrobras se deu por estes não fazerem o jogo estabelecido pelo grupo hegemônico da estatal que fez da empresa um mega posto para roubar dinheiro”, acusou Onyx.

CPMI mais ampla

Onyx Lorenoni também antecipou que a próxima CPMI a ser instalada a partir de fevereiro de 2015 deve ser mais ampla e ter uma composição com mais membros da oposição.

“Essa comissão já vai começar com os casos de delação premiada que envolvem agentes políticos. Será muito mais ampla e vai poder investigar todos os fatos ligados ao esquema. O próprio Paulo Roberto Costa afirmou que esse esquema não se limitava à Petrobras”, declarou.

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