José Eduardo Cardozo tenta vender a inocência do PT, mas deveria se preocupar com Erenice Guerra

jose_eduardo_28Terreno minado – Ministro da Justiça e de olho na vaga deixada por Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, o petista José Eduardo Martins Cardozo está dando excessivas explicações sobre a denúncia de que o esquema criminoso do Petrolão abasteceu o caixa do Partido dos Trabalhadores e, por consequência, a campanha de Dilma Rousseff, em 2010.

Na quinta-feira (4), Cardozo fez um alerta em relação às delações premiadas no âmbito da Operação Lava-Jato. Na opinião do ministro há uma “leitura enviesada” das informações prestadas às autoridades pelos delatores. “Querem construir ilações que, evidentemente, não decorrem desses depoimentos”, declarou o petista ao referir-se às delações de Júlio Camargo e Augusto Mendonça, executivos da empreiteira Toyo Setal, integrante do cartel que participou do saque aos cofres da Petrobras.

A preocupação maior de José Eduardo Cardozo é com a afirmação dos executivos que parte da propina do Petrolão foi parar no caixa do Partido dos Trabalhadores como doação oficial. Isso significa que o dinheiro sujo não apenas custeou a legenda, mas financiou a primeira campanha de Dilma ao Palácio do Planalto.

“As delações permitem uma pauta de investigação, para verificar se aquilo que eles (delatores) falam é fato ou não, mas o que temos visto é que com base nesses depoimentos estão surgindo teses absolutamente inverossímeis e absurdas a partir de coisas sequer ditas pelos delatores”, destaca o ministro da Justiça.

Visivelmente preocupado, José Eduardo não desiste de negar o inegável e vai além: “De onde se tira que teve dinheiro para a campanha da presidente Dilma? É uma tese sem amparo nenhum nas delações. Não teve dinheiro para campanha da Dilma. De onde se tira a ideia de que a doação chegou próxima do Planalto?”

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Fazendo coro com outros companheiros, o ministro repete a cantilena partidária de que a oposição não assimilou a derrota nas urnas, quando na verdade os adversários do PT deveriam estar comemorando o momento atual, pois pela primeira vez na história o Brasil está diante de uma possibilidade concreta de implodir a farsa petista.

“Por motivações políticas alguns querem fazer leitura enviesada dos depoimentos (dos delatores). Não estão satisfeitos com o resultado eleitoral e querem fazer disso um revanchismo. Querem ganhar no tapetão o que perderam nas urnas, por razões de frustração eleitoral”, afirma Cardozo.

É importante lembrar que no acordo de delação premiada o acusado nem mesmo em sonho ousa revelar o que não é verdade, ou seja, aquilo que não é passível de confirmação. Afinal, em uma condição como essa qualquer benefício em relação à eventual pena acaba indo pelo ralo. Em suma, parte-se do pressuposto de que Júlio Camargo e Augusto Mendonça estão falando a verdade, pois sabem que tudo pode ser comprovado.

Para quem sonha em vestir a toga de ministro do STF, José Eduardo Cardozo está abusando da exposição, mesmo que esse palavrório desconexo seja uma encomenda da patroa, a presidente Dilma. Cardozo sabe da extensão do telhado de vidro do seu partido e deveria se preocupar em falar a verdade aos brasileiros, já que a tese gramscista adotada pelo PT – “nós contra eles” – é facilmente derrubada pela realidade dos fatos.

O ministro da Justiça deveria reforçar o estoque de coragem e falar sobre Erenice Guerra, ex-ministra-chefe da Casa Civil e braço de direito de Dilma. Cardozo sabe que, como barril de pólvora, o assunto Erenice Guerra pode implodir o governo petista.

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