CPMI: oposição entregará relatório paralelo caso Marco Maia apresente conclusão “chapa branca”

petrobras_15Plano B – Os líderes da oposição decidiram, na manhã desta terça-feira (9), que apresentarão um relatório paralelo na CPMI da Petrobras caso as conclusões do relator da comissão, deputado federal Marco Maia (PT-RS), que serão apresentadas na quarta-feira, tiverem caráter de “chapa branca”. O documento alternativo, que une PPS, PSDB, DEM, PSB e SDD, já está sendo elaborado e caminha no sentido de não poupar qualquer dos investigados na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, e em outras apurações em andamento sobre o escândalo de corrupção que chacoalha a Petrobras.

“Vamos primeiro aguardar o relatório do deputado Marco Maia. Se ele for insatisfatório, se não apontar os eixos centrais desse escândalo, inclusive a participação no esquema de agentes públicos e políticos, vamos apresentar o nosso relatório. Não é possível, por exemplo, que a CPI não aponte a responsabilidade do Conselho de Administração da Petrobras, que avalizou diversos negócios fraudulentos”, afirmou o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR).

Bueno lembrou também que a presidente Dilma Rousseff (PT) presidia o Conselho de Administração da estatal à época da compra da refinaria de Pasadena, “uma negociata que gerou um prejuízo de US$ 792 milhões, segundo o Tribunal de Contas da União”.

Além de Rubens Bueno, participaram da reunião os líderes do PSB, Beto Albuquerque (RS); do PSDB, Antonio Imbassahy (BA); do DEM, Mendonça Filho (PE); além dos deputados federais Arnaldo Jordy (PPS-PA), Sandro Alex (PPS-PR) e Carlos Sampaio (PSDB-SP).

Ficou acertado entre o grupo que caso o relatório de Marco Maia seja considerado fraco, até o próximo domingo (14) será finalizado o documento-base da oposição, que ainda poderá receber contribuições finais na próxima semana.

Falando à imprensa em nome do grupo, o deputado Beto Albuquerque ressaltou que os partidos que se opõe ao governo Dilma não aceitarão “um relatório chapa branca, um relatório com cheiro de pizza”. Ele também ressaltou que o Congresso não pode se abster de sua investigação.

Ele frisou ainda que se a Petrobras é alvo de ações na Justiça americana, se o Ministério Público Federal do Brasil quer mais investigação, se a Polícia Federal aponta para a necessidade de aprofundamento, o Congresso Nacional não pode abrir mão de apurar o escândalo.

Marca do pênalti

É importante ressaltar que não há qualquer possibilidade de o relatório do deputado Marco Maia defender a punição exemplar dos envolvidos no carrossel de corrupção que funcionava na Petrobras, pois isso representaria um mea culpa por parte do PT e colocaria a presidente da República em situação de extrema dificuldade. Ademais, o PT, encalacrado no escândalo, foi acusado de receber parte da propina paga a partir do superfaturamento dos contratos firmados entre as empreiteiras e a empresa petrolífera nacional.

Deve-se também considerar o fato de a Advocacia-Geral da União, comandada pelo petista Luís Inácio Adams, estar negociando com as empreiteiras um acordo de leniência, o que tiraria o PT e a presidente Dilma Rousseff do olho do furacão. Enquanto o governo petista tenta salvar o partido e a chefe do Executivo, os delatores da Lava-Jato revelam cada vez mais estarrecedores detalhes do esquema criminoso que sangrou os cofres da Petrobras.

Como afirmou o UCHO.INFO em matéria publicada no dia 29 de agosto deste ano, a Operação Lava-Jato, cedo ou tarde, haveria de subir a rampa do Palácio do Planalto. Com a revelação de que a empreiteira Camargo Corrêa, cujos principais executivos encontram-se presos na Polícia Federal, mantinha uma relação secreta com o ex-ministro e mensaleiro José Dirceu, a Operação Lava-Jato alcançou definitivamente o lobista Lula e a presidente Dilma Rousseff. Só não enxerga essa realidade quem não quer.

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